Eu sou IRMÃO K.
Irmãos e Irmãs, presentes na humanidade, eu apresento minhas saudações a vocês.
Eu venho exprimir uma série de elementos que são suplementares ao que eu pude trazer-lhes nas intervenções anteriores.
Minha intervenção se inscreve no contexto do que lhes deu Omraam Mikaël (ndr: O.M. AÏVANHOV) e referente ao Amor.
Isso
se inscreve na sequência lógica da maior parte das minhas intervenções
com relação a conceitos (que, eu espero, começam a ser-lhes familiares,
agora), referentes à Liberdade, à Autonomia, ao conhecido, ao
Desconhecido.
Eu vou falar, também (e isso completará o que eu exprimi), sobre o Fogo da personalidade, o Fogo do ego, e o Fogo do Espírito.
Desde
que muitos Irmãos e Irmãs começam a viver estados de Consciência que
parecem sair, eu diria, do ordinário (da fragmentação), é importante
dar-lhes esses elementos, não tanto como elementos de reflexão mental,
mas, bem mais, de reflexão da própria Consciência com relação a essa
palavra essencial que é a palavra «amor».
Este amor pode se exprimir de diferentes modos e todos nós o sabemos.
Se
vocês bem o quiserem, para a clareza do que eu vou expor (através das
minhas palavras e da minha Presença), nós tentaremos compreender o que
pode existir como diferença entre o amor que se expressa em meio à
personalidade e o Amor que se aplica em meio ao Estado de Ser.
Nós
iremos, primeiramente, se vocês o desejarem, tentar apreender, de algum
modo, o amor, no sentido o mais comum e o mais nobre, tal como ele é
compreendido (vivenciado ou não), tanto por uma consciência humana como
pela sociedade, em seu conjunto (e pela própria humanidade, eu diria, em
seu conjunto), qualquer que seja a cultura, as religiões, a origem ou
as concepções.
O primeiro princípio é compreender (e todos vocês
sabem) que o amor é uma manifestação, quase constante, nos Universos,
qualquer que seja a Liberdade desses Universos ou o confinamento desses
Universos.
Não pode existir (como o especificava de novo A FONTE)
qualquer vida, nem qualquer criação, possíveis, sem o amor e sem sua
antítese.
Naturalmente, o amor é colorido, sempre, por um
conjunto de elementos que pertencem, propriamente, a uma pessoa, que
estão ligados, é claro (vocês podem imaginar) à sua educação, à vivência
de seus primeiros relacionamentos e comunicações (em meio à sua
família, aos seus irmãos, ao seu meio social, ao seu meio afetivo).
Logicamente,
o amor vai se colorir, também, das diferentes experiências vivenciadas
pela própria Consciência, em sua infância (em sua presença na
encarnação), que são, eu diria, circunstâncias que vão favorecer ou
constranger, de algum modo, a expressão do amor através das experiências
vivenciadas (felizes ou infelizes) e, sobretudo, durante a primeira
parte da encarnação.
Obviamente, em seguida, o amor vai se tingir
de diferentes acepções que estão, diretamente, conectadas ao que é
veiculado por um conjunto de crenças ou de morais (oriundas, elas
mesmas, das religiões, oriundas, elas mesmas, dos sistemas filosóficos
ou de pensamentos).
Este amor está presente, é claro, em todo ser humano, mesmo naquele que apenas manifestava seu contrário.
Evidentemente,
o Amor que nós começamos a falar-lhes (e que corresponde à Luz Vibral)
não é, absolutamente, possível de ser sobreposto ao amor existindo em
meio à personalidade.
E, no entanto, este Amor, nós tentamos
falar-lhes, agora (nós o fazemos, justificadamente, durante este
período), porque, graças às experiências que vários de vocês começam a
viver, vai se tornar cada vez mais fácil para vocês reconhecer o amor em
meio à personalidade (e, então, oriundo do Fogo do ego), do Amor, não
altruísta, mas do Amor Vibral, inscrevendo-se em meio à Unidade (que
nada mais tem a ver com o amor que se exprime, de alguma forma, em meio à
Dualidade).
O conjunto dos relacionamentos humanos pode se
definir por uma dose (mais ou menos importante) que existe, de amor ou
de não-amor.
Quantas religiões, quantas guerras, quantos desentendimentos (ou acordos) foram produzidos com o próprio princípio do amor?
Parecia,
então, que essa palavra fosse indissolúvel e indissociável, na
totalidade, de todas as esferas de expressão da vida, em meio a este
mundo chamado de 3ª Dimensão.
Todos nós sabemos que o amor (que
ele seja entre dois seres, entre dois povos, para com uma religião, para
com uma filosofia) se elabora, constrói-se e evolui segundo certo
número de sequências que podem ser diferentes, para cada ser, para cada
sistema social, mas que vão, por assim dizer, traduzir-se por uma maior
ou menor identificação (uma maior ou menor adesão) ao princípio e ao
preceito do amor (exprimindo-se, tanto entre dois seres, construído
através dos relacionamentos, chamados de laços da carne ou laços de
convenções familiares, sociais, morais ou espirituais).
Este amor foi, também, denominado «condicional» por oposição a um Amor que seria, ele, «incondicional».
Fica,
então, pressuposto (e prefigurado, de alguma forma) que todo amor
manifestado em meio à personalidade apenas pode se exprimir, se
manifestar, através de certo número de condições.
Essas
condições, elas são evidentes e caem sob o senso comum, a partir do
momento em que, por exemplo, nós falamos do amor de uma mãe para com seu
filho ou de um pai para com seu ascendente ou seu descendente.
Existe,
portanto, um amor que está inscrito, de algum modo, em uma espécie de
sentimento, em uma espécie de laço materno, afetivo.
Existem,
também, é claro, relacionamentos de amor entre seres que não são
oriundos do mesmo sangue e que, no entanto, se descobrem, através de uma
reconexão ou de um reconhecimento (que este reconhecimento recorra a
coisas invisíveis ou a coisas mais palpáveis, em todo caso, entre dois
seres, como entre dois países ou entre dois indivíduos), de noções que
eu qualificaria, de bom grado, de afinidades.
Na realidade, o amor vai se definir segundo certo número de afinidades ou de repulsões.
Todos
nós sabemos, também, que este amor vai passar por uma série de etapas
que não estão, sempre, no mesmo desenrolar e no mesmo sequenciamento,
mas que vão resultar em modificações de percepções e de expressões do
dito amor, gradualmente e à medida do que é chamado de tempo que passa.
Todos nós sabemos isso, por tê-lo vivenciado, em um dado momento ou em outro.
Há
amores que, quando eles desaparecem, por um final trágico, como o
falecimento de um próximo (e eu vivenciei isso, sendo jovem em minha
última encarnação), é suficiente para revolucionar, totalmente, as
concepções do amor, e representa um choque tão importante que ele leva a
se colocar a questão, em sua própria Consciência, desses sentimentos e
deste amor que desaparece e que, de um dia para o outro, nos escapa
porque ele se torna invisível (não palpável, não manifestado), não dando
mais acesso aos sentimentos, nem à comunicação.
Isso, todos nós sabemos.
E
depois, existem, também, amores independentes do que é conhecido,
palpável e apreciável (e que caem sob o senso comum) com relação, tanto
às filosofias, como às espiritualidades (quaisquer que sejam).
O
ser humano é um ser de amor, inegavelmente, mesmo em meio à sua
personalidade, e é apenas uma falta de amor que vai se traduzir por
comportamentos que poderíamos chamar de opostos ao amor (que isso seja o
sofrimento, o ódio e mesmo a guerra), que são, de alguma forma, apenas
um incompreensão do amor ou da relação.
O que é, evidentemente,
bem visível, em meio a todo amor (qualquer que seja, manifestado nesse
mundo), é que ele desaparece um dia ou outro, ou pelo desaparecimento do
sujeito que é amado (em uma relação afetiva ou ligado à
hereditariedade) ou, ainda, na adesão ou na não adesão a princípios, a
filosofias, a regras morais ou a espiritualidades ou, ainda, a
religiões.
Este amor é, então, uma afinidade que pode se
traduzir, também, por uma forma de atração fazendo com que haja uma
necessidade, uma vontade de querer, de qualquer modo, comunicar-se e
trocar com o objeto ou com o sujeito que cai sob nosso amor, ou que é
nosso amor.
Todos nós sabemos que essas relações evoluem por
fases, mais ou menos cíclicas, mais ou menos reprodutíveis, que, em
geral, terminam, de uma maneira ou de outra, pelo desaparecimento desse
dito amor, mesmo se o amor, em certas formas de expressões românticas ou
idealizadas, possa durar por toda uma vida.
Mas que pode dizer
que este amor vai se encontrar em uma outra vida ou que pode dizer,
ainda, que esta relação (que flutuou, em um tempo mais ou menos breve,
mais ou menos longo) vai ser capaz de se estabelecer além do
desaparecimento do ser amado ou da não adesão a uma religião (por
exemplo, para um determinado indivíduo que mudaria de religião).
Entretanto, vocês hão de convir, o conjunto do amor, idealmente, é sempre concebido como invulnerável, indestrutível, eterno.
A
personalidade é estruturada (como vocês sabem e como todos nós
vivenciamos, em um momento ou outro) como algo que é efêmero,
perfectível, e que é, sobretudo, levada a desaparecer, já que jamais a
consciência da personalidade pode se estabelecer em uma duração que está
além do nascimento e da morte.
Ora, o princípio do amor, tal
como é veiculado pela própria consciência, em meio à personalidade, é
sempre construído sobre a noção de durabilidade, sobre a noção de
eternidade.
Coisa, evidentemente, que jamais pode ser já que ele
estará, de todo modo, limitado pela experiência do nascimento e pela
experiência da morte.
Podemos dizer, de algum modo, que este amor
é um amor ideal, idealizado e cuja consonância, quer gostemos ou não, é
sempre marcada, fundamentalmente, por um elemento denominado medo.
De
fato, quem poderia pensar amar seu filho, seu pai, seu companheiro
(como ele o ama), como havendo possivelmente um fim, como podendo
desaparecer, em momento ou outro.
Todos nós passamos por
episódios de luto, de perda, de abandono, que nos reconduzem à
fragilidade do amor humano, tal como ele é expresso e manifestado (que
isso seja através de dois seres, através de um filho ou um ascendente,
que isso seja em um sistema social, qualquer que seja).
O amor é,
portanto, condicionado, permanentemente, por algo que deve transcorrer
em um determinado tempo e trazer, de qualquer forma, um alimento que é
trocado (compartilhado), que permite (a dois seres, a duas situações ou a
uma religião, em relação àquele que ali adere) um sentimento de
satisfação, um sentimento, às vezes, de plenitude.
Mas que, ele
também, vai flutuar no tempo, segundo os humores, segundo a
possibilidade de se preencher, de algum modo, deste amor, de uma maneira
ou de outra.
Este amor está, sempre, ligado (como eu expliquei), é claro, à ATRAÇÃO e à VISÃO (ndr: ver a seção “protocolos/Reconstrução do Corpo de Estado de Ser”).
O amor é uma ‘atração’, mesmo neste mundo, em todos os mundos.
Não pode ser de outra forma.
O amor está, evidentemente, condicionado a certo número de sinais que são, ou imaginados, ou pensados, ou reais.
E
se exprimindo, essencialmente, pelos sentidos, que esse sentido seja o
sentido amoroso, que esse sentido seja o sentido da carne ou, ainda, da
adesão a rituais ou a crenças, quaisquer que sejam.
Este amor
pode, também, se exprimir em uma plenitude, mas todos nós notamos que
esta plenitude jamais é duradoura, e ainda menos eterna, porque ela
passa, sempre, por uma satisfação ou uma insatisfação.
O
grau de satisfação deste amor ou desta insatisfação está apenas ligado à
manifestação (inconsciente, muitas vezes) de certo número de medos que
nós podemos chamar, além da atração, de ‘apegos’.
Eu
insisti longamente, em minhas últimas intervenções, sobre a Liberdade,
sobre a Autonomia, sobre os princípios que são um pouco ao oposto, de
certa forma, do que o ser humano, em meio à personalidade, chama de
amor.
E, no entanto, será que há uma diferença fundamental entre o
amor manifestado pela personalidade e o Amor manifestado, no sentido
Vibral, ou no sentido do Coração?
Então, é claro, a linguagem atual emprega as expressões que recorrem ao coração como «ter coração» ou dizer que alguém não tem coração.
E,
entretanto, será que é desse coração que nós falamos quando nós falamos
do Coração, no sentido Vibral, no sentido do Si, no sentido da Unidade?
Vocês
sabem muito bem que aqueles que fazem a experiência da Vibração do
Coração jamais podem confundir (nem se enganar) o sentido e a qualidade
do Amor que é vivenciado, porque o amor da personalidade jamais poderá
ser assimilado ao Amor que se exprime em meio ao Estado de Ser, ao Si, à
Unidade.
Então, realmente do Coração, não como o coração
concebido enquanto princípio moral, mas em meio a um espaço Vibratório
particular (alojado no peito) e se traduzindo por uma modificação,
perceptível e completa, da Consciência.
Será que o amor da personalidade pode existir ou coexistir com o Amor do Estado de Ser?
De
um conjunto de elementos que lhes foram dados, é evidente que isso é
impossível, porque o amor da personalidade está ligado ao eixo
ATRAÇÃO/VISÃO.
Ele
está ligado ao Fogo do ego, ao Fogo da personalidade, traduzindo-se por
uma necessidade de atrito, por uma necessidade de contato, por uma
necessidade de visão, de atração, de provas, enquanto que o Amor que
está situado (uma vez que a Porta Estreita é atravessada) ao nível do
Coração, não tem necessidade de provas já que ele é, ele mesmo, sua
própria fonte.
Dessa maneira, então, o amor, no sentido
humano e pessoal, reflete-se por uma espécie de atração e de projeção a
algo que é exterior, que isso seja o amor de Deus ou o amor de outro ser
humano ou de um filho.
Evidentemente, no amor pessoal, existe
uma enorme dificuldade para viver o outro, mesmo na empatia e no carisma
onde é perfeitamente possível se colocar no lugar do outro, mas sem, no
entanto, tornar-se o outro.
E, obviamente, não viria à mente de
qualquer personalidade poder substituir (ou se tornar) aquele que amamos
já que este amor apenas nasceu na visão e na atração do que é visto, é
claro, no exterior de si, mesmo se este objeto, este sujeito nasceu no
interior de si (eu penso, em particular, na relação mãe-filho).
Naturalmente, tudo isso é conhecido.
Tudo
isso é perfeitamente reconhecido e perfeitamente viável, para todo ser
humano, qualquer que seja seu caminho, qualquer que seja sua
experiência, onde há a possibilidade de viver uma maior quantidade e
qualidade de amor (em função de suas crenças, de suas mágoas, de suas
esperanças, de suas experiências).
Existe, portanto, um contexto,
por definição, pessoal, à expressão e à manifestação do amor, para um
ser humano, em função de suas próprias mágoas, de seus próprios afetos,
em suma, tudo o que faz o conjunto da personalidade.
Para muitos de vocês, nós começamos a falar de Luz Vibral.
Nós
lhes falamos de Estrelas e de Portas, dos Novos Corpos, das novas
estruturas que os levam a experimentar o Amor de outro modo onde não
pode mais existir o menor apego, a menor, de qualquer forma,
personalização.
Que esta personalização seja o objeto de uma
idealização Interior, como de uma projeção exterior através de um ser
amado, que isso seja um filho, um parente, uma relação ou uma religião.
Deste
modo, passar do Fogo da personalidade (ou do amor pessoal) ao Fogo do
Espírito, traduz-se por uma série de mudanças e de reversões que vêm, de
algum modo, substituir a um amor por falta (atração), um amor que se
estabelece, sobretudo, na ressonância, proporcionando, para os seres que
o vivem, a capacidade para Comungar, além dos sentidos, além da carne,
além das convenções, além das religiões, em suma, independentemente de
toda história pessoal.
O Amor vivenciado ao nível do Coração torna-se, então (como nós lhes dissemos), uma Vibração.
E,
sobretudo e antes de tudo, um estado de Consciência profundamente
diferente que se manifesta, hoje, tanto mais facilmente, quanto se
realiza, em vocês, o que foi chamado de Fusão dos Éteres,
permitindo-lhes, de alguma maneira, sobrepor o amor da personalidade (ou
expresso em meio à personalidade) e o Amor do Estado de Ser (expresso
em meio ao Coração).
Do encontro desse Fogo do ego (e dos
conjuntos das características da personalidade) com o Fogo do Amor (ou o
Fogo do Espírito ou Fogo do Coração), traduz-se uma espécie de
‘alquimia’.
Esta alquimia se reflete, para a Consciência, por
modificações da percepção, bem reais, bem concretas, do conjunto das
manifestações afetivas e de amor.
Há, também, paralelamente a
isso, a instalação (como vocês sabem, para aqueles que o vivem) de certo
número de elementos, fazendo-os dizer que vocês realizaram a Alegria, a
Unidade, a Visão do que está além da aparência (pela Visão Etérea ou
pela Visão do Coração), levando-os a conscientizar, literalmente, um
outro mecanismo da vida (aplicado e explicado, também, pelo Amor), mas
que não depende mais de outra coisa senão de si mesmo.
Não em um
amor egoísta (contrariamente a um amor altruísta), mas, sim, um Amor que
é, de alguma forma, irradiado desde A FONTE, e manifestado, desde A
FONTE (como a palavra que eu empreguei), que não tem mais necessidade de
projeções, mas, que é, na totalidade, uma introjeção.
A diferença essencial vai se traduzir ao nível dos comportamentos.
Porque
o amor pessoal tem sempre, subtendido, a noção de falta, a noção de
medo da perda ou a noção de Abandono, enquanto que o Amor, vivenciado no
sentido Vibral, satisfaz-se dele mesmo, não ao nível da personalidade,
mas da qualidade deste Amor que vem, de algum modo (como vocês sabem),
mudar a lei de ação/reação em um estado de Graça aonde o Abandono à Luz (a Renúncia à personalidade)
vai se traduzir por uma maior fluidez na vida, por uma maior aceitação
do princípio do Amor, não mais confinante, não mais limitante.
Este Amor era para vocês, então, Desconhecido.
E
muitos de vocês, hoje, começam a viver isso e a torná-lo, de alguma
maneira, um elemento conhecido e, sobretudo, um elemento de
aprendizagem, permitindo distanciar (separar) o que é oriundo do amor da
personalidade (ou em meio à personalidade) e do Amor em meio ao Estado
de Ser ou à Unidade.
Assim, é claro, aquele que não vive o Amor,
em meio à Unidade, sequer pode conceber o que é este Amor enquanto ele
não o vivenciou.
Porque o amor da personalidade é a única coisa
acessível aos sentidos, acessível ao afeto, acessível às emoções,
acessível ao mental, mas, também, acessível à carne (ou, ainda, à
estrutura causal quando se trata de uma relação amorosa), exibindo, de
algum modo, os indivíduos que, no passado, tiveram um relacionamento
(qualquer que seja).
Hoje, reproduz-se um relacionamento com uma
sensação de já ter visto [“déjà vu”], de já ter conhecido, de
reconhecimento e de reconexão.
O Amor Vibral nada tem a ver com
isso porque a diferença essencial, como eu disse, é que este Amor Vibral
se inscreve no contexto de uma introjeção onde não há mais necessidade
de qualquer projeção, no exterior de si, de um amor idealizado ou
romântico.
O Amor Vibral se basta, por assim dizer, a ele mesmo.
Ele não é, no entanto, egoísta.
Ele
é o altruísta o mais total porque ele é Doação e Abandono,
contrariamente ao amor condicional, expresso pela personalidade, mesmo
quando ela exprime certa forma de altruísmo.
A diferença, como vocês sabem, encontra-se nos comportamentos e, sobretudo, na Vibração.
Todos
nós conhecemos o amor, em meio a uma perda: quando um ser querido
desaparece, nós experimentamos agonia, medo, tristeza, depressão,
traduzindo-se por percepções corporais extremamente específicas.
Do
mesmo modo, quando nós reencontramos um ser que nos é caro e que nós
amamos (de maneira mais privilegiada, eu diria), qualquer que seja esta
relação (entre pessoas ou em relação a uma religião ou em relação a um
filho), há uma espécie de arrepio superficial, uma energia que se põe a
circular (e, mesmo, no peito), que estritamente nada tem a ver com a
Vibração do Coração e com o Fogo do Coração.
Esta vibração (esta
pele arrepiada, este estremecimento) traduz a reconexão ou o
reconhecimento, em meio à personalidade, de uma estrutura ou de um
indivíduo que foi amado anteriormente, ou reconhecido, nesta vida.
O Amor Vibral não tem o que fazer de qualquer projeção exteriorizada.
O Amor, no sentido Vibral, é um estado de Consciência que se basta a ele mesmo.
Agora,
aquele que vive isso, vive a Vibração do Fogo do Coração e se torna,
por ele mesmo, em seu estado de Ser, uma irradiação de Amor que modifica
o espaço-tempo, que modifica o ambiente, que modifica, até mesmo, a
vida da personalidade.
Porque, a partir do momento em que esse
Fogo do Coração (pela Fusão dos Éteres ou pela instalação do Fogo do
Coração pela Coroa Radiante) ocorre, em vocês, é que vocês começam a ter
percepções, cada vez mais claras, cada vez mais lúcidas, além dos
sentidos, além de toda intuição e de toda visão (diretamente pela Visão
Etérea, diretamente pela Visão do Coração), da realidade do que é o
Amor: independente de toda projeção, independente de toda personalização
e, sobretudo, independente de toda condição.
Existe um princípio
de vasos comunicantes (isso são as palavras que lhes foram dadas) entre
o amor pessoal e o Amor do Coração, mesmo se, evidentemente, a
personalidade vai chamar de «amor» o que, para ela, representa, de alguma forma, o Amor.
Mas,
a representação do amor, no sentido da idealização, no sentido, até
mesmo, da relação e da comunicação (mesmo a mais harmoniosa) entre dois
seres (entre um pai e um filho, por exemplo), não pode ser, em caso
algum, o Amor, no sentido Vibral.
Porque, justamente, existe um
laço, que esse laço seja da carne, que esse laço seja cármico, que esse
laço seja ligado, tão simplesmente, à projeção exterior do amor.
O Amor é uma Irradiação, no sentido Vibral.
Não é, em caso algum, uma projeção.
Ele
confere o que nós chamamos de Alegria, de Samadhi, de Paz, de
serenidade, com diferentes expressões (dificilmente traduzíveis no
idioma francês) como Sat Chit Ananda ou, ainda, Maha Samadhi.
Jamais uma relação amorosa entre duas pessoas poderá fazê-los viver o Samadhi.
Somente
alguns seres foram capazes, em um momento de sua vida, de se extrair de
sua personalidade, na totalidade, que isso seja por uma forma de tensão
para a Luz ou de tensão para o Abandono (como exprimiu HILDEGARDE DE
BINGEN) ou, ainda, este Amor indizível que animava outras estrelas, como
GEMMA ou, ainda, SANTA TERESA.
É extremamente difícil, para o
comum dos mortais (que nós somos e que nós fomos), poder, de qualquer
modo, identificar-se a esta tensão.
Muitas vezes, o Amor Vibral vai nascer de um encontro que está além de um encontro exterior.
Mas
é bem mais um encontro Interior que vai expressar, ou a ocasião de um
sofrimento (a perda de um ser querido), ou a ocasião de uma dor ou,
ainda (como lhes disse SRI AUROBINDO) a ocasião do ‘choque da humanidade’,
ou seja, a Fusão dos Éteres ocorrendo ao nível dos corpos, não mais
somente no céu, não mais somente na Terra, mas sobre o conjunto da
Consciência da Terra e das Consciências que ali são apoiadas e
sustentadas.
Existe, então, uma diferença fundamental: é que o Amor, no sentido Vibral, é suficiente em si mesmo.
O que não significa que convém, naquele momento, separar-se de quem quer que seja ou do que quer que seja.
Mas,
toda relação (toda comunicação) torna-se transcendida, não por uma
vontade de idealização, não por uma vontade de bem, mas porque, tão
simplesmente, a relação não acontece mais em uma relação de dois objetos
separados, mas Unificados (ou de duas Consciências separadas, mas, sim,
Unificadas) pelo princípio da Comunhão, da Graça, tal como lhes foi
dado pela Nova Aliança.
Vocês têm, então, a possibilidade, hoje
(bem maior do que desde algum tempo) de perceber a diferença, pela sua
Consciência, do que é o Amor Vibral e do que é o amor pessoal.
Obviamente,
a Consciência que se estabelece em meio ao Amor Vibral vai ampliar e
transcender suas próprias relações, vivenciadas em meio ao amor pessoal,
não para se libertar (ou se liberar ou romper o que quer que seja),
mas, bem mais, para iluminar a relação, bem além de todo laço, bem além
de toda condição.
Ou seja, para permitir, naquele momento, viver,
por intermédio do Amor Vibral, a Liberação de todo laço e, então,
aproximar-se da Liberdade, aproximar-se do Desconhecido e viver a
Autonomia e a Liberdade.
Será que isso significa que não há Autonomia e Liberdade em meio a uma relação pessoal?
Isso está perfeitamente correto.
Porque,
se o ser humano é honesto com ele mesmo, independentemente do grau de
satisfação de uma relação, qualquer que seja (ainda uma vez, mesmo a
mais harmoniosa, a mais feliz, a mais autêntica, no sentido da
personalidade), ela jamais substituirá a Comunhão que pode ser
vivenciada, de Coração a Coração, além de todo laço.
Dessa maneira, então, quando o CRISTO veio, Ele lhes disse que vinha libertá-los da carne.
Ele
o ilustrou, aliás, sobre a Cruz, através dessas palavras, que ele
dirigiu a MARIA, referindo-se àquele que era, naquele momento, São João,
dizendo a ele e a Ela: «Mãe, eis teu filho. Filho, eis tua mãe».
O que isso significava?
Seria uma transferência de laço?
Absolutamente não.
Era uma transferência do amor pessoal, em meio ao Amor Vibral, pela vivência do Espírito Santo.
A
descida do Espírito Santo (ou a polaridade feminina, se o podemos
dizer, d’A FONTE, expressa por diferentes termos, e como Ela se
apresenta, sobre a Terra, desde agora uma geração), é o elemento motor,
de qualquer forma, que iniciou a Passagem do amor pessoal ao Amor
Vibral.
Esta Passagem, hoje, está inteiramente realizada para
aqueles que o vivem (está em via de realização para aqueles que não o
vivem ainda).
Porque, lembrem-se: a
única maneira de poder conscientizar a diferença entre o amor pessoal e
o Amor Vibral é, evidentemente, viver o Desconhecido, a fim de que isso
se torne, para vocês, um campo de experiências conhecido.
Vocês
não podem se tornar Autônomos, vocês não podem se tornar Livres,
enquanto o Fogo do Coração, enquanto o Amor Vibral não está instalado.
Não pode existir a verdadeira Autonomia, efetivamente, enquanto existe o menor laço situado ao nível da personalidade.
Isso,
naturalmente, presume, não uma separação de quem quer que seja ou do
que quer que seja, mas, sim, uma revolução interior, levando a
reconsiderar os relacionamentos e a substituí-los por uma Comunhão.
Esta Comunhão, que ela seja entre um pai e um filho, entre um indivíduo e outro indivíduo, passa das palavras.
Ela passa dos sentidos.
Ela
passa dos comportamentos já que é, justamente, algo que transcende a
personalidade, a partir do momento em que os seres que estão nesta
ressonância, vivem, eles mesmos, sua própria Comunhão Interior à sua
Liberdade, à sua Autonomia, permitindo, então, uma troca (que não é mais
uma troca, mas uma identificação) onde o outro se torna, na totalidade,
si.
E onde o um se torna o outro, e o outro se torna o um.
A
partir do momento em que a Vibração do Coração é ativada e se instala
em uma forma de permanência, torna-se cada vez mais difícil, de algum
modo, confundir o amor pessoal e o Amor Vibral.
Como vocês sabem, um é confinamento, outro é Liberação.
Evidentemente,
as próprias leis deste mundo (que foram, como vocês sabem,
falsificadas) através do eixo ATRAÇÃO/VISÃO, vieram substituir o Alfa e o
Ômega, ou seja, AL/OD (ou o Fogo do Espírito) por um Fogo da personalidade.
Este Fogo da personalidade inscreve-se em uma noção de ‘limites’.
Esses limites se expressam, tão naturalmente, em meio ao amor pessoal: vocês têm sua mulher, seu marido, seu filho.
Mas o marido de uma não é o marido da outra, e tudo é recíproco.
Um filho que considera que seus pais são seus pais, jamais irá chamar um outro casal de «papai» e «mamãe».
Esses
são, em certa medida, os próprios princípios que associaram o princípio
da Ilusão, através dos laços (da hereditariedade, da carne e do sangue,
os laços afetivos), exprimindo-se ao nível de memórias de ressonâncias
ditas cármicas ou emocionais ou mentais.
Assim, cada sistema
social, cada indivíduo, exprimindo-se e criando leis, através da
personalidade, dos comportamentos (morais ou imorais), vai
fundamentar-se nesta noção do amor e da própria falsificação do amor.
O
que não quer dizer, ainda uma vez, que o amor não existe, mas que este
amor é condicionante, confinante, limitante e os impede, por ele mesmo,
de viver a Autonomia e a Liberdade.
Compreendam bem o sentido de minhas palavras.
Não
é se liberando de qualquer laço que seja (decidindo romper o que quer
que seja ou com quem quer que seja) que vocês irão encontrar o Amor
Vibral.
É, sim, Vibrando e passando no Amor Vibral do Abandono e
da Renúncia que vocês irão permitir a uma relação evoluir no sentido de
um amor pessoal, de um Amor mais altruísta porque vivenciado, realmente,
no Coração (e na Vibração) e não mais nas concepções da carne, da
moral, da sociedade na qual vocês estão ou, ainda, da adesão a
princípios filosóficos, espirituais ou morais.
A experiência da Vibração é aquela que é capaz de fazê-los, não compreender, porque isso estritamente de nada serviria.
Vocês podem compreender a Unidade enquanto conceito sem, no entanto, vivê-la.
Vocês podem reivindicar a Unidade enquanto conceito sem, no entanto, vivê-la.
Porque a Unidade, como vocês sabem, está além do bem e do mal.
Ela está além do princípio de Atração e de Visão e se situa no eixo retificado AL/OD
(ou seja, Alfa e Ômega) e se inscreve em uma retidão que nada tem a ver
e que não é absolutamente tributária de qualquer regra social, moral,
afetiva, hereditária ou cármica.
A Liberdade é a esse preço.
E
é com o que vocês são confrontados, Interiormente: a Passagem da
projeção de um amor pessoal à introjeção de um Amor que é a Verdade
Vibral e que é a Luz.
Naturalmente, como vocês sabem, todo ser
humano que se volta para a espiritualidade reivindica a Luz e reivindica
o amor, como um estado de ser que vai poder se manifestar através do
conhecimento exteriorizado.
O Amor não é um conhecimento exterior.
O
Amor Vibral é um estado de Ser que se manifesta pela Vibração e pela
própria Consciência que vem pôr fim à Ilusão de todos os apegos, sem
qualquer exceção.
Viver a Liberdade e viver a Autonomia, viver o
Amor, no sentido Vibral, necessita não mais estar apegado ao que quer
que seja, não mais ser identificado ao que quer que seja, nesse corpo.
Isso significa estar, plenamente, nesse corpo a fim de viver a Liberação.
Ou
seja, que naquele momento, não pode ali haver qualquer confusão entre o
Amor manifestado e Vibrado, no Coração, e o amor da personalidade.
Porque,
em meio ao Coração e à Vibração do Coração, manifesta-se o Amor, no
sentido Vibral, que torna livre, que liberta e que mostra, realmente, o
que é um amor limitado (contrariamente ao Amor Ilimitado vivenciado no
Coração) porque o Amor Ilimitado (o Amor Vibral) jamais irá depender de
qualquer circunstância deste mundo.
Então, é claro, aqueles que
não vivem isso e que não estão inscritos no contexto da Vibração, mais
ou menos permanente, do Coração, vão justificar o amor da personalidade
por um lado que todos vocês conhecem, que se chama «o salvador»: ou seja, aquele que vai querer agir para o bem do outro.
Não
há nada pior do que aquele que deseja agir para o bem do outro porque
ele se coloca, ele mesmo, sob o princípio da Dualidade.
A Unidade Vibral e o Amor, ao nível do Coração, não têm o que fazer desta ‘vontade de bem’,
não têm o que fazer desta ‘luta contra o mal’, porque eles se situam,
de maneira definitiva e irremediável, além desta oposição, além deste
antagonismo, além de todo laço e além de todo apego.
Naquele
momento (uma vez que o Supramental, como irá explicar-lhes SRI
AUROBINDO, penetrou suficientemente as Coroas Radiantes, o corpo e a
Consciência, assim como os corpos sutis), o ser começa a manifestar a
Liberdade e a Autonomia, renunciando, e se Abandonando, e atravessando a
Porta Estreita.
Naquele momento, os Quatro Pilares (tais como
lhes foram dados: do Coração), tornam-se a evidência da instalação em
meio ao Coração.Não pode existir Amor Vibral sem Humildade.
A
Humildade consiste em nada ser, sobre este mundo, para ser tudo, no
outro mundo, como o exprimiu, à sua maneira, o Mestre PHILIPPE.
Vocês não podem estar na Unidade e estar na Dualidade.
Vocês não podem ser Transparentes e ser opacos ao Amor de todos os seres humanos da Criação.
Vocês
não podem estar na Pobreza (no Caminho da Infância) enquanto vocês
reivindicam qualquer intelecto, qualquer controle ou mestria do seu
próprio afetivo, da sua própria vida ou da vida de quem quer que seja.
Na realidade e em última análise, existe uma total oposição e um total antagonismo entre o amor pessoal e o Amor Vibral.
Entretanto,
o Amor Vibral deve se confrontar, pela transmutação da Passagem da
Porta e da Ressurreição (pelo princípio da Fusão dos Éteres, vivenciado
ao nível do corpo), com o amor da personalidade.
E, através desta
confrontação (que é mais uma forma de alquimia, uma forma de iluminar,
uma forma de Revelação), vai se viver, pouco a pouco, o que vocês chamam
(o que nós nomeamos, com vocês) de Translação Dimensional ou Ascensão,
que não é nada mais, em última análise (agora que vocês começam a
vivê-lo), senão a etereação do seu próprio corpo e da sua própria
Consciência, assim como do corpo da Terra.
Este mecanismo de etereação do planeta, assim como seu próprio desaparecimento, enquanto lagarta, acontecem nesse momento mesmo.
Muitos
de vocês vivem as primícias, ou seja, um desaparecimento de toda
consciência pessoal (podendo, aliás, trazer problema), um
desaparecimento de todo amor pessoal e de todos os laços, fazendo-os
penetrar no Amor Vibral onde tudo é Liberdade, onde tudo é respeito e
restituição da Liberdade de cada um e de cada ser.
Respeitar o outro é deixá-lo Livre.
Respeitar a sociedade é não interferir em uma sociedade dual.
Isso não quer dizer deixar, entre aspas, «apodrecer as coisas»
ou, ainda, degradar uma situação, mas é tomar consciência de que,
enquanto vocês agem em um sistema que é desejado para a Dualidade, vocês
não podem instalar qualquer Unidade.
Viver o Amor Vibral não pode tirar o menor partido de qualquer amor pessoal.
Evidentemente, isso não é algo que convém aceitar, enquanto princípio.
É algo que convém viver e que culmina, necessária e obrigatoriamente, nesta mesma conclusão: eles não podem coexistir.
Eles podem se confrontar, transmutar-se, alquimiar-se.
Pode ocorrer um processo de Fusão dos Éteres, ao nível da célula, pela descida do Supramental (eu deixarei SRI AUROBINDO exprimi-lo), mas deve se tornar cada vez mais evidente que vocês não podem ser um e outro.
Entretanto,
mais uma vez, a relação pessoal tornar-se-á transmutada pela relação do
Amor Vibral, que não é mais uma relação nem uma projeção, mas, sim, uma
introjeção correspondendo, assim, ao que nós lhes dizemos quando nós
estamos no Interior de vocês.
Quando um Arcanjo ou um Ancião lhes diz que estamos no Interior de vocês, isso não é uma invenção da imaginação.
Isso não é uma projeção.
Isso não é uma quimera, mas, sim, uma realidade Vibratória.
Ou
seja, quando vocês tomam consciência de que seu filho, de que o
conjunto da sociedade, de que o conjunto da humanidade (amigo como
inimigo, amado como não amado) encontram-se no Interior de vocês, vocês não poderão, evidentemente, mais entrar em qualquer amor pessoal.
Vocês permanecerão no Amor Vibral que irá lhes conferir a Alegria, na totalidade.
E esta Alegria irá aumentar, gradualmente e à medida de sua aceitação do que foi denominado este Abandono à Luz e esta Renúncia.
Enquanto vocês quiserem expressar ou manifestar o amor, isso será apenas o reflexo da personalidade.
Se o amor escapa de vocês, naquele momento, isso não é mais uma projeção, mas, sim, uma introjeção.
Vocês Irradiam.
Vocês difundem.
Mas,
esta Irradiação e esta difusão, vocês tomam consciência de que não são
voltadas para outra coisa que vocês mesmos, mesmo sendo o objeto de uma
Comunhão entre duas pessoas.
Na realidade, amar o outro é amar-se a si mesmo.
Mas se amar a si mesmo, não é um amor no sentido pessoal.
É um estado de Vibração que confere a Alegria, a Liberdade, a Autonomia total.
É
somente naquele momento que vocês poderão decidir, conscientemente,
estabelecer-se, de maneira constante e cada vez mais importante, neste
Amor Vibral.
Dessa maneira, portanto, o Amor Vibral vai
obrigá-los, de algum modo, a desprender-se de todos os conceitos
errôneos de todas as transposições do amor, em relação com as mágoas ou
com os contentamentos que vocês podem experimentar, em relação a um ser
humano, a um sistema social, a um sistema moral, espiritual ou
religioso.
Vocês irão compreender, como eu disse em minha última vida, que não existe, para a Liberdade, caminho conhecido.
Que, para viver a Liberdade, não é preciso ser dependente de qualquer crença.
Porque,
enquanto existe a menor crença, vocês não são Livres porque a crença (e
mesmo no amor, idealizado, de uma religião ou de um salvador exterior
ou de um deus qualquer) apenas reflete a incapacidade para viver a
plenitude e apenas reflete um vazio Interior referente ao objeto desta
projeção do amor para o exterior.
Há apenas muito raros casos onde esta projeção pôde ser vivida com uma tensão para o Abandono, como eu disse anteriormente.
Assim,
todos nós somos tributários de relacionamentos que nós podemos dizer
condicionais, e eles são condicionados, ainda uma vez, pela educação,
pelos laços da carne, do sangue, pela experiência em meio à
personalidade e em meio à alma.
Mas a alma jamais será o Espírito.
Isso, eu expliquei.
O Fogo da alma, sobre este mundo, está exclusivamente voltado para a matéria.
O
Fogo da alma não conhece o Espírito, pelo menos enquanto não há
inversão e Reversão do Triângulo Luciferiano (ou fazendo passar do Fogo
da personalidade ao Fogo do Coração), enquanto não há Passagem da Porta
Estreita, pela terceira vez, permitindo estabelecer-se no Coração.
Que é, eu os lembro: Liberdade, Autonomia.
Que é Desconhecido.
Que
é, sobretudo, satisfação permanente e perpétua (não dependendo de
qualquer relação efêmera), principalmente, não dependendo de qualquer
humor, de qualquer afeto, de qualquer mental, de qualquer concepção e,
sobretudo, de qualquer crença.
O Amor Vibral torna-os Livres e
vocês se tornam fortes porque, justamente, não dependente de nada do
exterior e, sobretudo, de uma projeção da Consciência no exterior.
O
Amor Vibral torna-os fortes porque vocês irão considerar (porque vocês o
vivem) que não há diferença e que não há necessidade de qualquer
projeção deste Amor para um exterior que apenas existe na Ilusão da
consciência deste mundo.
Realizando o Amor Vibral, vocês se
aproximam (como isso foi dito por vários Anciãos e por várias Estrelas)
do que nós denominamos Alegria, do que nós denominamos Samadhi, da Paz
Eterna.
Se vocês raciocinarem bem e se vocês compreenderem bem, além do mental, as relações (quaisquer que sejam, no sentido pessoal) são sempre condicionadas pela sua própria possibilidade de desaparecimento, que isso seja uma relação de casal, de pai a filho, em um sistema social, em uma sociedade ou em não importa o quê.
O
que não é o caso desde que vocês passam em meio e ao sentido do Amor
Vibral, pela percepção da Vibração, e pelo estabelecimento da
Consciência neste estágio particular da Consciência.
Como vocês sabem, as emoções se manifestam no plexo solar.
Uma perda vai se manifestar na garganta.
O
corpo vai ressoar e manifestar o que está em relação com o sofrimento,
vivenciado no plano da alma e no plano do que é chamado de psicologia.
Aquele que realiza o Espírito não pode ser afetado, de forma alguma, por um estado emocional, por um estado mental.
Então,
é claro, para alguns, isso vai se estabelecer progressivamente e, para
outros, isso vai ocorrer de um único golpe, porque cada um é diferente
no seu processo de integração do Amor Vibral, permitindo-lhe passar de
um ao outro e se estabelecer, finalmente, na Vibração do Coração, ou
seja, na Unidade e no Si.
A experiência que vocês estão prestes a
fazer, individual e coletivamente, leva-os a reencontrar o Amor, não
mais como um Fogo pessoal, mas, sim, como o Fogo da Luz, vindo assumir
seu lugar e os devolvendo ao seu próprio lugar.
Existe uma diferença essencial, mesmo ao nível das percepções ditas espirituais.
Eu os remeto, para isso, ao que disse NO EYES, sobre o 3º Olho, sobre a visão do 3º Olho e a Visão do Coração.
Podemos, também, falar, novamente, de diferenças ao nível dos sentidos.
Efetivamente,
no sentido do astral (ou seja, da personalidade), a visão espiritual do
3º Olho remete-os a mundos extremamente coloridos (extremamente
físicos, de algum modo), mesmo estando situados no plano astral.
Ao
passo que desde que vocês penetram a Fusão dos Éteres, do seu próprio
Éter, desde que vocês passam as Portas do Coração e que vocês se
estabelecem, de maneira quase permanente, na Consciência Vibral e no
Amor Vibral, existe apenas uma Consciência que não está mais limitada,
nem por esse corpo, nem por qualquer corpo.
Vocês estão, naquele
momento, na Luz Branca, e o que vocês veem, pelos seus olhos (como
quando vocês viajam no Estado de Ser), é apenas a Luz Branca.
Esta
Luz Branca não é uniforme, mas, no entanto (e isso é dificilmente
exprimível pelas palavras), quando vocês penetram esses mundos, vocês
sabem que vocês penetram as Moradas da Eternidade, porque há numerosas
Moradas, mas todas essas Moradas, presentes em meio à Luz Unificada, não
possuem coloração no sentido em que vocês o entendem.
O som do astral não é o Som, tampouco, nem a Música das esferas.
A Música das esferas, que acompanha o Samadhi, nada tem a ver com a música do astral associada ao 3º Olho.
Tudo isso, é claro, não me cabe desenvolvê-lo.
Cabe-me,
por outro lado, dizer-lhes que lhes é, hoje, fácil (e lhes será cada
vez mais fácil) de distinguir, pela experiência, o que é o amor pessoal
do que é o Amor Vibral.
Esta confrontação, esta Fusão dos Éteres (que vocês têm a oportunidade de viver antes do momento coletivo da humanidade), leva-os a posicionar-se, e, evidentemente, não pode ali haver dúvida quanto ao posicionamento.
Somente
o mental vai tentar interferir para dizer-lhes que isso não é
verdadeiro, para dizer-lhes que, se vocês se estabelecerem nesta Luz
Vibral e neste Amor, vocês irão perder todos os amores que constituem
suas relações, seus afetos e seus laços.
Não.
Eles vão,
simplesmente, se transformar por uma maior Liberdade, por uma maior
Clareza e pela capacidade, também, pelo que vocês se tornaram, para
transformar seu ambiente, sem nada desejar, sem nada pedir, mas,
simplesmente, pelo que nós chamamos de sua Presença.
O Amor Vibral é transformador, por si mesmo, mesmo em meio às relações limitadas da personalidade.
É o próprio princípio da Inteligência da Luz que é Graça e que não tem o que fazer de sua intervenção, em meio à personalidade.
Hoje é preciso colocar-se a questão: «o que é que vocês querem ser?» e «o que é que vocês querem fazer?».
«Será
que vocês querem buscar uma luz no exterior, ou através de um
conhecimento, ou será que vocês querem se estabelecer na Luz Vibral que é
Unidade, Simplicidade?».
A Porta posterior do Coração, denominada KI-RIS-TI,
deu-lhes, para muitos, os meios de estabelecer-se (de maneira muito
mais direta) no Coração, incitando-os, de alguma forma, pela Espada de
MIGUEL ou pela Espada de METATRON (como eles mesmos dizem), a
estabelecer-se, ainda mais, no Coração, e a se afastar de tudo o que é
limitante, de tudo o que é condicionante, não por qualquer ação da
vontade própria que é a sua, mas, bem mais, pela ação direta da Luz.
Ela
própria, levando-os (pela Irradiação e pela Fusão dos seus próprios
Éteres) a recolocarem-se, permanentemente, sem o desejar, segundo o
princípio da Graça, da Abundância, da Serenidade, da Paz e da segurança
(não aquela ilusória, ligada a uma condição material ou afetiva, mas,
bem mais, ligada ao seu próprio estado de ser), porque é em meio a este
estado de Ser que não pode existir a menor falta.
Eis as algumas
palavras que eu tinha para dar a vocês e para trazer à sua reflexão e à
sua Consciência, não tanto para fazê-los interrogar ou compreender, mas,
mais, para verem o que vocês estão prestes a viver ou não viver.
Muito queridos Irmãos e Irmãs, na humanidade encarnada, eu rendo Graças pela sua Presença e pela sua escuta atenta.
Eu
os convidaria a reler essas palavras, além da própria Vibração da minha
Presença, a fim de situá-los, não intelectualmente, mas, bem mais, pela
sua própria Vibração.
Lembrem-se de que o Amor
Vibral é evidência, de que o Amor Vibral é Luz, de que o Amor Vibral não
é o amor pessoal, mas que vem transcendê-lo, transformá-lo, liberá-lo e
torná-lo autônomo.
Eu lhes digo até dentro de alguns minutos.
No Amor.
Enviado por Rosa
Mensagem no Venerável IRMÃO K no site francês:
http://www.autresdimensions.com/article.php?produit=1295
3 de dezembro de 2011
(Publicado em 4 de dezembro de 2011)
Tradução para o português: Zulma Peixinho
http://portaldosanjos.ning.com
http://minhamestria.blogspot.com
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