sábado, 17 de dezembro de 2011

Com nova cauda, cometa Lovejoy surpreende pesquisadores

Atualização: 17 dez 2011 - 08h20
Com nova cauda, cometa Lovejoy surpreende pesquisadores

Após sobreviver ao periélio na última quinta-feira, o cometa C/2011 W3 continua surpreendendo. Nas últimas horas, o fragmento que restou do cometa formou uma nova cauda ionizada que está chamando bastante a atenção dos observadores.
"É absolutamente espantoso", disse o astrofísico Karl Battams do Laboratório de Pesquisa Naval, dos EUA. "Jamais pensei que o núcleo gelado desse cometa era grande o suficiente para resistir por algumas horas ao mergulho na corona solar de milhões de graus, mas Lovejoy resistiu".

O evento foi tão surpreendente que uma verdadeira armada de satélites de observação solar foi colocada a postos para estudar o fenômeno, considerado por muitos especialistas como impossível.
Nas imagens do telescópio espacial SDO, Observatório da Dinâmica Solar, a cauda de Lovejoy se contorce freneticamente enquanto o objeto mergulha na tórrida atmosfera do Sol a apenas 120 mil km acima da superfície. Não se sabe ao certo o motivo desse movimento, mas é bem possível que Lovejoy tenha sido golpeado por fluxos de plasma percorrendo a corona. Outra possibilidade é que a dança da cauda seja efeito dos intensos loops eletromagnéticos que permeiam a alta atmosfera da estrela.
"Isso tudo é muito novo para nós", disse Battams. "As imagens do SDO nos darão as primeiras impressões sobre a dinâmica do movimento dos cometas no interior da atmosfera solar e como ambos interagem. Isso é pesquisa de ponta", destacou o cientista.
O fato de resistir ao periélio, momento da maior aproximação com o Sol, fez os pesquisadores questionarem o verdadeiro tamanho de Lovejoy, estimado inicialmente em 200 metros de diâmetro. "Suponho que Lovejoy tinha pelo menos 500 metros, do contrário isso seria praticamente impossível", disse o astrofísico Matthew Knight.
Visível
Após atravessar o periélio Lovejoy perdeu a maior parte de sua massa, que sublimou ao passar do estado sólido para o estado gasoso.
Enfraquecido, o objeto restante está bastante fragilizado e poderá em breve se romper em diversos fragmentos. Se conseguir se manter unido, deverá continuar a órbita previamente calculada e se tornar visível nos próximos dias antes do nascer do Sol

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