terça-feira, 19 de julho de 2011

ERA SÓ UM A FLOR


Era uma vez uma flor, nem maior, nem menor que as outras. Era apenas uma dessas flores que nascem nos campos, dessas muitas que nascem juntas, que são flores de campinas... aos punhados, muitas, todas muito parecidas... mas nasceu ela SÓ uma Flor. Desde pequena sentia-se só. Era como se, em meio à multidão fosse apenas mais uma, que não fazia muita diferença ao seu redor. Sempre cercada de lindas outras flores, ficava ali... pequenininha... Sentia um vazio, falta de ser completa, sabe? É como se carregasse um buraco consigo. Um buraco que não se preenchia. Sentia necessidade de fazer parte de algo maior, de algo que transformasse a vida de alguém, como um lindo buquê de aniversário ou coisa parecida. Talvez, por medo de mostrar aquilo que realmente é, se encolhia e – reclamona! – lamentava sua pequenez! Ahhh... mas o Tempo nunca falha! A as estações passam pela vida de todos nós. E assim elas passaram pela vida desta Flor. Se viu muitas vezes cercada por ventos fortes e tempestades – o inverno chegara. Sentiu também a seca, as folhas das árvores caindo ao seu redor, e ela ali sem poder fazer nada! Sentiu o calor do Sol queimar-lhe as pétalas num forte verão. Mas a Primavera sempre chega, trazendo consigo um novo ciclo.
Assim a Flor pequenininha cresceu! Assim como crescemos todos nós ela cresceu... e não foi simples crescer.. as vezes é um processo dolorido... A Flor sentiu as perdas, as dores, mas sentiu também as delícias de ser quem É... Foi num certo dia, que um calor lhe aqueceu o peito, bem no fundo...Um calor que veio sabe-se-lá -Deus de onde. Era apenas uma certeza de algo que não tinha explicação! Como se o vazio sempre pressente em seu peito se aquecesse e preenchesse. E pôde então olhar ao seu redor com os olhos de quem enxerga mais além... Ao perceber-se no campo florido. Muitas flores ao seu redor, tanta beleza. Um lindo lugar que não seria tão belo se não fosse do jeito que é, e se ela não estivesse ali. Mas que também não seria TÃO MARAVILHOSO se não fossem TANTAS as flores no campo. O campo da Vida, da sua vida.
E entendeu que sempre seria SÓ, porque a vida é assim. Nascemos SÓS, morremos Sós. Certas decisões cabem SOMENTE a NÓS. Mas isso não quer dizer que devamos ser Solitários. Ela tem aprendido que podemos ser SOMENTE nós, em toda a amplitude que isso pode representar. Porque em nossa pequenez e insignificância, somos somente um universo inteiro, e que tudo cabe em NÓS. E tem aprendido o que achou mais engraçado até agora: que o universo é grande o suficiente pra caber o universo de cada um de nós, e que esses infinitos se completam. A Flor, agora não tão pequenina, tem sido feliz no campo de flores, na simplicidade que ele representa. E entendeu que nenhuma Flor é pequena ou insignificante demais, que não possa fazer falta na vida de alguém...

De Anahi Nogueira
minha linda flor!

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