sábado, 14 de abril de 2012
BIDI - 09-04-2012 - AUTRES DIMENSIONS
Bem, BIDI está de volta entre vocês.
Eu me alegro em reencontrá-los para nós entre o seu e o meu. Então, em um primeiro momento, nós iremos, se vocês bem o quiserem continuar a examinar, a pesar e ponderar as suas perguntas, nas mesmas circunstâncias e condições que o dia anterior. Eu solicito então, a sua escuta e o fato de ouvir e de deixar vir este que vem até vocês, sem interferir de nenhuma maneira, sem os opor. Simplesmente, acolhendo como eu os acolho.
Nós podemos vislumbrar a primeira pergunta.
Pergunta: em nossa chegada a esta Dimensão, estrutura perfeita e Ilimitada, como é possível ter chegado tão baixo nesta Dimensão, em Vibração e em Consciência. Por quê?
Este mecanismo é chamado a descida. Esta descida está ligada a um ponto de vista, cada vez mais estreito e limitado, engajando, de alguma forma, a Consciência em sua própria limitação (em uma autolimitação) que vai progressivamente (sobre tempos extremamente longos) levar esta a isolar-se e a separar-se mais e mais.
Isso foi descrito em numerosos textos muito antigos, falando de eras e de épocas sucedendo-se e levando, progressivamente, a Consciência a descer, de alguma forma, nas profundezas do esquecimento. Mas isso tem só um tempo.
Desde o instante em que o mental é capaz de se olhar, com toda a honestidade, em toda lucidez, e de maneira lógica, ele vem, efetivamente, a considerar isso como um processo absurdo, iníquo.
A problemática consiste em não tentar responder a esse gênero de questão, porque, é claro, vai levá-los não só a constatar o estado da Consciência, mas, bem mais, a encontrar as causas. Ora eu lembro isso a você, o Absoluto não tem causa.
Querer procurar uma causa (uma explicação) vai mandá-lo de volta, sistematicamente, a essa causalidade e, então, a esta Dualidade.
Ponha-se a questão de porque há esta questão.
O que é necessário para explicar ou lamentar?
Qual é este afastamento que você É, que permite interrogar-se sobre o que você considera como triste ou como anormal ?
Não considere o que é anormal, mas não veja o que é normal.
Da mesma forma que a Dualidade consiste em ver o bem e o mal, a Unidade não consiste senão em ver a Unidade e em não se deixar exercitar, de alguma maneira e de alguma forma, em dissertar, em se colocar questões sobre o bem e o mal porque a equação do bem e do mal, por natureza própria, é insolúvel.
Quaisquer que sejam os aspectos importantes, liderados por uma vida no seio do serviço, do devotamento, quaiquer que sejam as percepções filosóficas ou mesmo, espirituais (concernentes ao bem e ao mal), eles não desembocarão jamais em uma solução porque a solução não é deste mundo. Porque a solução não está na Dualidade e que nenhuma solução não pode existir enquanto há um antagonismo.
Eu falava ontem das duas extremidades de um limite. Não é porque vocês chegaram a uma extremidade de um limite que vocês conhecem o conjunto dos limites, a outra extremidade, mas, sobretudo, que vocês estão aptos a ultrapassar este limite. É necessário a vocês, literalmente, vocês se extraírem dessa noção de causalidade.
Esta causalidade permite explicar este mundo e somente este mundo. A causalidade permite exprimir as leis da ação/reação, as leis da Alma, mas jamais a lei do Absoluto.
Pois o Absoluto conhece apenas uma lei que é a da Unidade Abandonada ela mesma, isto é, o próprio princípio da Unidade. O fator causal, qualquer que seja (em sua vida, na história da vida sobre este planeta) remete necessariamente, aí também, a um começo e a um fim.
A causalidade, nela mesma, não pode então estar inscrita no seio do Absoluto e não pode estender, mesmo, a sua lógica a partir do Absoluto. A causalidade (ação / reação, início e fim) inscreve-se em uma história e não na Verdade. Pois toda história está escrita em um tempo linear, dentro de certos limites que são, também, os seus, mas que não correspondem à Verdade.
A história é de alguma forma, o esqueleto do que resta da vida. As carnes partiram. Resta algo que está coagulado. Resta algo que não participa da Vida. Hoje, é pedido a você que seja a Vida.
O apelo da Luz faz ressoar, em você, não mais a causalidade, mas sim a sede de Absoluto. Embora estas palavras lhe sejam desconhecidas, mesmo se lhe parecem fora de toda causalidade e, portanto de toda possibilidade, não permanece menos verdadeiro do que é a só e única Verdade.
Colocar-se como Absoluto (ousar colocar-se como este) vai pôr fim, de maneira extremamente rápida (através do próprio inquérito sobre o que é o Si, sobre o que é o ego e, portanto, sobre o que não é o Absoluto), vai levar você às portas do que o ego chama o nada e depois a experimentar e a viver a experiência que é Absoluta.
Certamente, em momentos de articulação, foi oportuno que lhes tenha sido dado (ou que lhes seja dado, porque eu não participava) uma série de elementos relativos à história.
Apenas para mostrar a vocês e demonstrar a vocês a que ponto a história pode ser distorcida, organizada, desviada e ser agenciada de tal modo que ele irá desviá-los, sempre, da Verdade. Porque eles os condicionam (essas histórias) a crer em histórias, e não em vocês.
O ser humano precisa de histórias tanto quanto ele inscreve sua consciência no seio da causalidade. Desde que ele inscreveu sua consciência, dentro das esferas do Absoluto (e mesmo dentro do Si), a história não tem mais sentido. Ela não tem mais direção. Ela não tem mais lógica e ela não tem mais justificação.
A história é senão um álibi que é fornecido à vida que recusa conhecer-se. A história não é mais que uma hipótese querendo dar ao mental, a certeza que ele pode explicar seu presente por um passado.
Ora, nenhum presente é explicado pelo passado. Tudo o que crê ser explicado, por uma consequência de um passado, inscreve vocês, ainda mais, em uma Ilusão. Claro, aqueles que tendem a querer que a história se repita e não levam ao fim da história, vão criar, de alguma forma, cerimônias, comemorações, princípios de aniversários, que vão então, manter, de alguma forma, o peso do passado em seu próprio presente.
Vocês não fazem, aliás, não melhor quando vocês festejam um novo ano, um aniversário ou uma festa (qualquer que seja), em data fixa. Porque nesse momento, vocês comemoram o passado.
Vocês fazem viver e reviver o passado no seu presente, onde ele não tem nada a fazer. Porque enquanto o presente (que vocês vivem) é colorido de um passado qualquer, vocês não podem pretender a Unidade, você pode pretender o Absoluto e não pode viver este Absoluto. É preciso, então, efetivamente, descondicionar, desempoeirar, eliminar, refutar tudo o que não é o instante.
O Absoluto não está presente senão no Instante. O único meio de encontrá-lo (a única maneira de manifestá-lo) é viver em totalidade, o Instante. Não há passado. Não há futuro. Há apenas o Instante em que desabrocha o Absoluto. Não existe outro modo a não ser parando o tempo, por assim dizer (o seu tempo linear), que vocês podem realmente e concretamente, tocar o Absoluto e vivê-lo.
Qualquer que seja o elemento que vocês tenham vivido, qualquer que seja o afeto que ele implique no seu presente, vocês não são isso. Enquanto vocês concordam em dar crédito a isso, vocês não podem viver o Absoluto. Façam a experiência.
Ainda uma vez, não acreditem em mim. Experimentem e vejam por vocês mesmos, se essa lógica se aplica na vida. Saiam então da história. Saiam então de toda história, pois vocês não são uma história, nenhuma das histórias. Alimentar a história, alimentar uma lenda pessoal, os afasta, de maneira importante, do Absoluto e da Verdade.
Tudo o que vocês fazem reviver (em pensamentos, em emoções, em ritos, em rituais, em comemorações, em datas) não faz nenhum sentido para o Absoluto. Sua chamada.
Pergunte a si mesmo, simplesmente, a só e única pergunta que vale a pena: O que Sou eu? E quando você vir, por si mesmo, que você não pode definir o "o que Sou eu" ou "Eu sou", você abandonará o "Eu sou" pelo "não ser".
O que quer que diga o ego. Porque essa aproximação do Absoluto é de uma lógica implacável. Esta pesquisa (se ela for levada a seu termo) irá conduzi-los, como a Vibração, além de toda a manifestação, além do ser e do não ser, para estabelecê-los, num primeiro tempo, dentro do não ser no qual existe o Ser e que confere (por assim dizer) o Absoluto.
Vocês devem ser, de alguma forma, plenos. Plenos, não de perguntas, mas plenos de certeza plena do Absoluto, não como crença, mas como uma refutação do que é relativo, refutação do que é efêmero, refutação do que é limitado.
A cada minuto de sua vida, retenham bem que esta não é uma despersonalização ou retirada da vida, mas, bem mais, uma transcendência da personalidade que os faz penetrar na Vida.
Não aquela que os seus olhos lhes dão a ver. Não aquela que suas palavras lhes dão como definição. Não aquela que vocês podem tocar, mas aquela que vocês são, além de todo sentido.
É preciso, portanto, afastar-se da causalidade. Este afastamento da causalidade (expresso de outra forma) pode ser assim, de não julgar, até mesmo o princípio da queda, mesmo a causalidade que criou essa consciência limitada.
O não julgamento é o fato de não carregar um olhar separado e dividido. Não há melhor maneira de viver o Absoluto. Eu os lembro que no Absoluto, não pode haver nenhum limite, nenhuma separação, nenhuma outra consciência do que aquela que vocês são (reunindo o conjunto das outras Consciências) e desembocando, de maneira inelutável na Consciência que não é a inconsciência.
Saiam então (e saia então) da causalidade. A causalidade corresponde ao corpo. Corresponde às leis da alma.
Esse corpo tem fome: é preciso nutri-lo. A alma tem sede de experiências: é preciso fornecer-lhe experiências. A alma ama amar, no sentido da posse, no sentido da experimentação, na matriz (como vocês a nomeiam).
A alma está então inscrita na causalidade. Vocês não são a causalidade. Vocês não são, então, nem este corpo nem esta alma, nem este espírito, nem esta vida, nem este passado.
Vocês são a vida. Se vocês posicionam o seu olhar desse modo, vocês constatarão que não se trata de uma negação da vida, mas, bem mais, de uma reentrada na Vida e que, muito rapidamente, os processos em curso, atualmente, serão seus.
Não há outra solução.
Não há alternativa.
Não há outra possibilidade além de ser Absoluto ou de refutar o Absoluto (do ponto de vista do ego ou do ponto de vista do Si).
Reflitam, simplesmente (se é que vocês podem defini-lo): o que existe dentro da personalidade, o que existe dentro da alma, como objetivo? Olhe este objetivo e compreenda, num segundo momento, que não pode existir objetivo futuro. Porque todo futuro os afasta, ainda uma vez, de sua Presença e do Absoluto.
É claro, a lei de ação / reação vai fazer de tudo para mantê-los em suas redes. Ela lhes dá a compreender (e a estabelecer) as leis: as da encarnação, as do carma, as da astrologia, as da energia. Ela vai lhes dar um conjunto de explicações, diretamente relacionadas à causalidade, e tudo funciona assim neste mundo. Mas eu terminarei dizendo a você que você está além de toda causalidade.
O que você quer ser?
O que você quer manifestar?
O que você É, em Verdade, ou de causalidade na qual você está destinado?
Para você ver.
Pergunta: Porque este mundo da Dualidade foi criado? Será porque no mundo do Absoluto, do Ilimitado, o tédio existe?
Eu responderia a você que aquele que coloca esta pergunta entedia-se realmente.
A Felicidade, o Êxtase e a Intase do Absoluto não pode, em nenhum caso ser um tédio.
O único tédio está aqui.
Tudo em vocês entedia: as necessidades fisiológicas, a necessidade de ganhar sua vida, a necessidade de manter e elevar sua Consciência, em permanência, sobre um corpo, sobre as relações, passando pelas ferramentas incompletas chamada a linguagem.
Por outro lado, o mundo do absoluto não pode existir. O Absoluto não é um mundo. Ele não é um universo, nem mesmo um multiverso. Ele está além de tudo que é criado. Ele é o suporte de toda a criação.
Não é o tédio que causou o que quer que seja. O Absoluto não pode, em nenhum caso, ser um tédio de nenhum tipo, visto que com algumas palavras, pode ser definido como: Ilimitado, perfeito, pleno, vazio, Eterno, Alegria, Êxtase e Intase sem tempo e sem espaço. Em que o tédio poderia nascer disso? Não mais do que há uma necessidade de experimentação.
Porque quem diz experiência, dentro do limitado, conduz a introduzir, sistematicamente, uma noção de evolução ou de involução e, portanto, um princípio de causalidade.
Já que vocês pensam assim, efetivamente, o mundo do Absoluto pode vos parecer entediante. A experiência, afinal, é senão a busca do Absoluto. Como é que o que é Absoluto poderia limitar-se, ele mesmo, para, depois reivindicar o Absoluto? Especialmente desde que a perfeição é inicial e não final. Qual interesse haveria, para o Absoluto, para render-se relativo?
Assim, é claro, do ponto de vista do relativo, é muito sedutor falar de experiência (de conhecer-se a si mesmo através do observador, através da existência de um sujeito e de um objeto), mas é uma vista fragmentária.
O Absoluto, sendo fora de qualquer tempo, fora de toda linearidade, simplesmente, para ele, o mundo não existe. Muito simplesmente, para ele, o limitado não tem qualquer substância. O tédio é logo ter o conjunto de suas ocupações, mesmo observando a beleza porque observar a beleza vai obriga-los, no linear, um dia ou outro, um instante ou outro, a se ocuparem, a não ser do que seria suas necessidades fisiológicas.
Ao menos retornar em Samadhi (como alguns seres realizaram), pelo menos retornar no Absoluto mantendo uma forma, eu não vejo porque razão haveria qualquer tédio. Posso assegurar-vos que são vocês que são o tédio. Seja qual for o seu entusiasmo, quaisquer que sejam as suas capacidades de Alegria, quaisquer que sejam as suas instalações dentro do Samadhi, isto não é Absoluto.
Existe apenas a saída de tempo linear do espaço, de espaço-tempo (não como uma negação, mas sim como uma acepção lógica), não há senão naquele momento, que vocês ultrapassam e transcendem o tédio deste mundo.
O Absoluto não é um mundo. Eu diria que ele é a Transcendência do mundo e, portanto, mesmo se os mundos parecem existir no interior do Absoluto (presença do relativo no seio do Absoluto), esta é apenas uma visão (ainda uma vez) fragmentada e limitada. O Absoluto não tem necessidade de nenhuma experiência, de nenhuma memória.
Ele é, de toda Eternidade, perfeição e beleza, sendo suficiente a Ele mesmo, sem qualquer projeção, sem nenhuma experiência. A experiência (sobre este mundo como em outros mundos) é, em definitivo, senão um afastamento (Vibratório, espacial e temporal) fazendo vocês acreditarem em tudo o que vocês podem crer (ou não ousar crer). Mas o conjunto dessas crenças representa, em definitivo, senão uma falta de Luz, senão uma falta de Amor.
O ser humano passa o seu tempo a projetar o amor e ele diz que ama. Mas vocês não podem amar e vocês não podem dizê-lo porque a sua natureza (e sua Essência) é Amor.
E vocês não podem conhecer o que vocês são, do ponto de vista limitado. Vocês só podem projetar (sobre a tela da consciência) um objeto. Tornar-se a testemunha (ou observador) do que vocês projetaram (de uma obra criada, de um trabalho criado, um estudo conduzido, de uma relação de casal, de uma relação de mãe e filho), mas vocês não podem conhecer que vocês São. Vocês só podem externar, no seio deste mundo, uma ação e uma reação e tentar (no seio desta ação e desta reação) encontrar, de alguma forma, um fio condutor que não existe entre o limitado e o Ilimitado.
O único tédio é ser relativo. Ser Absoluto não se acompanha de nenhum tédio. Só a consciência do ego coloca esta pergunta porque o ego está inscrito em uma realidade dita tridimensional e, portanto, em um dado espaço-tempo, dando a impressão de que há experiências a conduzir, uma avidez (avidez que permitiria tocar o Ilimitado) o que, muito evidentemente, nunca pode chegar.
Nenhuma experiência deste mundo, nenhuma obra deste mundo, nenhuma evolução ilusória deste mundo, vai poder conduzi-los a viver o Absoluto. A não ser quando vocês renunciam, a não ser quando vocês abandonam o Si, ele mesmo, que o Absoluto se revela e se torna o que vocês São. Lembrem-se: não existe nenhuma solução de continuidade.
O Absoluto é uma revolução, não apenas uma mudança de ponto de vista (como eu o disse ontem), mas muito mais, uma revolução em que vocês são obrigados a fazer cessar (de uma maneira como de outra) sem negá-los, o conjunto dos eventos de causalidade das quais a primeira das causalidades é este corpo.
Vocês estão neste corpo, mas em todo caso, vocês não são este corpo, seja ele um Templo.
Claro, é preciso nutrir o Templo, mantê-lo.
E aí começa o tédio, mesmo se você amam lavar-se. Porque, muito evidentemente, há reprodução. Então, é claro, é das consciências que amam a reprodução, porque isso dá uma certeza de produzir os mesmos gestos, de reproduzir os mesmos atos: comer em tal hora, ir para a cama em tal hora, levantar-se em tal hora (excetuando fim de semana).
Tudo isso os leva, infalivelmente, a uma rotina onde nada é novo. Se vocês olharem bem, tudo é velho, tudo é usado. Apenas o mundo é belo porque ele manifesta (no que ele lhes dá a ver) os ciclos, as estações do ano. O sol nasce, sempre, no mesmo lugar. Ele vai se deitar à noite, no mesmo lugar. É uma certeza (pelo menos até certo ponto) e vocês o têm vivido até agora.
O tédio está aqui. Certamente não no Absoluto. E não existe um mundo do Absoluto.
Pergunta: as resistências para viver o Absoluto têm sempre sido mais fortes então do que a primeira escolha que é viver no Absoluto, aqui na Terra. Por quê?
Você não pode viver o Absoluto. Você não pode viver senão a Vida. O Absoluto está além de toda a vida. É proposto viver o Absoluto dentro de um relativo chamado esta forma, este corpo e esta vida, porque as circunstâncias (os ciclos do mundo) tocam um patamar, uma Transcendência, aí também.
Quando o efêmero desta vida desaparece (visto que ele está inscrito entre o nascimento e a morte), o que subsiste, neste momento, fica fechado. Com outras regras, outras leis, mas ainda é uma prisão.
Hoje é diferente. Há, então, uma maior facilidade de se extrair, de alguma forma, de um ponto de vista dualitário.
O que foi aberto no nível da Luz (o Despertar do Si, a realização do Si), não tem certamente sido um erro, mas sim uma etapa maior em direção ao Absoluto. Claro, é sempre possível acreditar (e esperar) que o Si se tornará Absoluto.
O Si não pode, em nenhum caso, tornar-se Absoluto. Porque o Si, é pôr fim à separação do ego e inscrever a Consciência e Vida na não separatividade, na não distanciação.
Há, na verdade, possibilidade de Comunhão, de reunião, mas não de dissolução.
O Absoluto dá-lhe a viver todas as vidas de todos os mundos. O acesso ao Absoluto, ou melhor, o Despertar para o Absoluto (que tem sempre estado lá), é chegado muito mais fácil, hoje pelo desaparecimento do que tinha sido chamado, creio eu, franjas de interferência do astral que lhes ocultava, literalmente, a Verdade.
Apreendam bem que não é questão de viver o Absoluto, mas de ser o Absoluto.
Ser Absoluto está além de qualquer estado de ser. É também, poder ser capaz de localizar de não importa qual ponto de vista desta forma ocupada que é o corpo, como qualquer outro corpo. É portanto a Liberdade, a verdadeira. Não esta de pensar, dentro da prisão, que se pode sair da prisão. Não aquela de especular hipóteses ou justificativas ao fato de estar na vida, porque tudo isso gira em círculos. Não existe saída.
O ego e a noção de evolução vão fazê-los acreditar (e fazer-lhes aderir) ao fato de isso ser melhor amanhã.
Mas não há absolutamente nada melhor possível amanhã. Além disso, amanhã não existe, nem ontem. Como vocês consideram que existe um amanhã, como vocês consideram que existe um ontem, o Absoluto não pode bater em sua porta. Estou falando, é claro, do que vocês nomearam as Leis do Espírito, porque nada impede o corpo de estar inscrito em um emprego do tempo e que este emprego do tempo se desenrola, tranquilamente, sem nada fazer no sentido de um investimento da Consciência, fazendo tudo perfeitamente bem do que é para ser feito.
É uma mudança de olhar, é uma mudança de ponto de vista. É uma mudança, interior, de posicionamento, em que justamente, vocês saem de toda posição. Onde vocês adotam uma posição mas sim algo além de todas as coisas, no Amor que vocês São e na Luz que vocês São, sem a necessidade de projetar qualquer amor, qualquer luz. Lembrem-se: vocês são Amor Luz. Vocês não são o amor que vocês projetam.
Vocês não são a luz que vocês podem ver. Porque, em definitivo, o ar não consegue ver o ar e a água não pode ver água. Vocês estão exatamente na mesma situação: vocês não podem ver o que vocês São. Vocês não podem ver o que vocês não são e, assim, refutar tudo o que vocês veem no seio do que vocês não são.
E aí vocês terão a surpresa de constatar que não existe mais de freio para o Absoluto e que o marcador do Absoluto, a Onda da Vida, partirá de assalto deste Templo Ilusório (que é o corpo), de seus corpos inferiores, dando-lhes a viver a Onda, do Interior, e não mais do exterior, em um corpo. Vocês estão, eu diria (por assim dizer), em plena fase de verificação de validação, do Absoluto.
Ninguém lhes está pedindo para acreditar no que é inacreditável. Ninguém está lhes pedindo para aderir ao que vocês não podem aderir.
Há somente vocês que podem dar testemunho a vocês mesmos, além do testemunho do objeto, além do observador e do observado e além de qualquer projeção dentro de não importa qual palavra.
Pergunta: Qual é a crença de que me freia em me abandonar ao Absoluto?
A mais irresistível das crenças: você mesmo. Contanto que você creia na menor parcela deste corpo, como você acredita no menor elemento da história, você está inscrito no efêmero.
Nenhum efêmero irá permitir-lhe aceder ao Absoluto. Claro, há condições preliminares, ligadas à própria estrutura da vida sobre este mundo, inscritas, é claro, na personalidade (no ego) e também no Si. Sem entrar em detalhes muito complexos, o que freia é a negação do Absoluto, porque o ego tem, sempre, por objeto (por função), para apreender alguma coisa que lhe é desconhecida, de fazê-lo seu na descrição, numa vivência, numa experiência.
O Absoluto não pode ser reduzido ao ego, à pessoa nem mesmo ao Si, visto que o Absoluto É, banha tudo, incorpora tudo. Querer estabelecer-se nele, querer conhece-lo, é impossível.
A maior das resistências situa-se, é claro, a este nível e a nenhum outro lugar. A crença em você mesmo é o freio mais poderoso. Mas você não é, não mais, este freio.
Além disso, quem freia se não é este mesmo que você construiu, este que você mesmo vislumbrou? Gostaria de lhe dizer que não é necessário nada mais vislumbrar, em nenhum futuro e em nenhum passado, para viver o Absoluto. A crença no fato de viver o Absoluto conduz ao Ser Absoluto.
Há, de alguma forma, um sinal portador (marcador ou testemunha) da instauração de algo desconhecido: é a Onda da Vida e da Transcendência dos centros de energias inferiores. Mas não deem, não mais, peso a tudo isso porque se vocês derem a isso mais peso do que o necessário, isso vai também cristalizar-se. Isso vai também vos limitar e concorrer para manter os limites do confinamento.
A melhor atitude, é claro, é a espontaneidade da criança. Este é o único que está totalmente imerso na experiência. Sem julgamento, sem um ponto de referência, sem projeção. Embora não haja um julgamento, um marco, uma projeção, você não é a criança. E, portanto, o Absoluto não pode vir a bater no que você É.
É a você que compete criar as circunstâncias anteriores ao Absoluto.
Esta é, em parte, como eu mencionei: a investigação sobre tudo o que você não é porque isso é efêmero. Isso consiste em eliminar tudo o que constitui sua vida e este mundo. Não para fugir dele, eu insisto. Mas sim, para refutá-lo como suposição inválida (e invalidada) pela própria lógica, além de todo mental.
O sono, a investigação, a compreensão do que representa a testemunha, o testemunho, o sujeito, o objeto, o experimentador e o que é experimentado, se inscrevem, em definitivo, em uma futilidade. Aceitar essa futilidade, é já um grande passo. Não de vocês, mas do Absoluto para vocês.
Pergunta: alguma coisa se instala em mim e eu não conheço, e eu me sinto estranha, ou mesmo estrangeira. Eu vi por vezes a consciência do nada e uma plenitude. Eu me sinto transportada pela vida e eu deixo acontecer. Há como uma supressão de mim mesma e uma distância em relação a este mundo. Eu não tenho medo, sem palavras, sem esperas. Você poderia me esclarecer sobre o que não vejo em mim?
Aceite que quanto menos você verá em você, mais você será Absoluta. O que não pode ser percebido, o que é ainda percebido, o que não pode ser colocado em palavras, nem mesmo em Vibração, essa estranheza, assim que você a nomeia, é a morte do ego.
É preciso esvaziar, é preciso deixar-se limpar e lavar.
Esta fase é mais ou menos longa. Ela chama, é assim que você diz, alguma forma de neutralidade. A casa está limpa, você pode então Desposar o seu Duplo. Este casamento, que é uma aproximação, pode desenrolar-se sobre um tempo, ilusório, mas que é vivido como tal. É o estado em que não há nada mais a observar, onde nada é observável, onde nada é visto, onde nada é percebido.
Isto poderia parecer vazio, mas não está vazio.
Este é muito exatamente onde ela dá a impressão de durar, a preparação, de alguma forma, em suas próprias Núpcias e, portanto, ao Absoluto.
Se eu posso exprimi-lo assim, aproveite isso, porque aproveitar isso, é nada fazer, nada a temer, o que põe fim a toda dúvida, a toda esperança, e também a toda impaciência. Neste estado de vazio (que alguns movimentos têm procurado, que algumas filosofias têm procurado) instala-se o Absoluto. Você estabeleceu, e viveu, e aceitou, que não há nada a procurar, nada a encontrar. Esse nada, que não é um, é irrevogavelmente o fim do ego.
O vaso está pronto para ser preenchido. O esposo e a Esposa estão à porta, ele nunca se foi. Aproveite, se eu posso exprimir assim, esse vazio, isto é, de alguma forma, uma antecâmara do Absoluto. Porque, se estiver vazio de você mesmo, você pode ser cheio do que você É.
Esvaziar-se de si mesmo é, muito exatamente, o que é chamado o Abandono de Si. É transcender o "eu sou", é o momento em que a consciência constata que não há nada a observar, que nada é observável, e que o próprio ato de observar é uma vergonha.
Há, então o mecanismo de Núpcias Místicas, em progressão. Aceitar e viver, não mais estar cheia de pensamentos (ou seja, de Ilusão), de não mais estar cheia de esperança (que é a projeção para o futuro), instala você, de alguma forma, em um estado além da esperança, que poderia ser chamado de a Esperança, mas que é, acima de tudo plenitude. Isto é, de alguma forma, os últimos jogos da Ilusão.
O que permite estabelecer que nada pode ser vazio, e que nada pode estar cheio, e que isso não se situa entre os dois. Esta fase não pode ser chamada de um estado porque, justamente, nenhum estado está instalado. O vazio é a plenitude, a plenitude é o vazio. Essas duas palavras, para além de qualquer significado, são aquelas que melhor representam esta fase anterior ao Último.
Antes de tudo não faça nada, sobretudo não empreenda nada. Dito isto, não se impeça de fazer, na vida deste corpo, das suas obrigações. Mas simplesmente, não se envolva, faça o melhor que puder. O que você vive não é uma expectativa, o que você vive não é um vazio ou um pleno, é ambos.
É nesta fase que a Onda de Vida pode criar sua Verdade, pois você é a Onda da Vida. Há, portanto, um processo de desidentificação, uma morte, no plano simbólico, de tudo o que não é Verdadeiro. É esta fase aí que você vive. Acima de tudo, não julgue nada.
Contente-se, ainda por um pouco de tempo, em ser aquele que observa o que isso vive. Muito em breve, você vai ir além. Este "muito em breve" não está inscrito em um linear, temporal, nem em um outro espaço, mas sim em uma forma de acuidade de si mesmo.
Algumas experiências intermediárias são possíveis neste estado, nesta fase, chegando, por assim dizer, confortá-la no fato de que você não seja este corpo, muito menos esta pessoa. Então, aproveite e desfrute esta fase, porque é um prelúdio para o Casamento Místico. Deixe acontecer, completamente.
Pergunta: o Absoluto, está além portanto das hierarquias de Dimensões (5ª, 11ª, 18ª, etc), seria como o retorno a A FONTE? Então, se você for para o Absoluto, qual é o interesse da 5 ª Dimensão?
Você pressupõe, erradamente, que o Absoluto é comparável À FONTE.
A FONTE, por essa mesma palavra, significa para você uma origem e um fim. O Absoluto está além da origem e fim.
A Dimensão, independentemente do seu número, é senão uma representação, uma gama de Vibrações, uma gama de exploração da consciência.
O Absoluto e A FONTE se lembram de você, mas lembre-se, você, você é totalmente livre para estabelecer o que melhor lhe parece. Simplesmente, deve ser lembrada a existência d’A FONTE, pela experiência d’A FONTE, pelo acesso ao Absoluto. Se você é o Absoluto, você tem a flexibilidade e Liberdade para morar nele, ou manifestar-se em qualquer Dimensão que seja.
Se a sua gama de frequência, sua gama de vida, a partição que você toca, é incompleta, no entanto, que lhe permite ver a totalidade existente no Absoluto, você é livre para acreditar que existem experiências a conduzir em outros mundos, outras Dimensões, em outros estados.
Isso faz parte de sua liberdade, mas vou admitir-lhe, isto não tem absolutamente nenhum interesse do ponto de vista do Absoluto. Então, o que impede que você seja o Absoluto, visto que, obviamente, há um impedimento?
O impedimento está diretamente ligado à dúvida e ao medo. Você não pode conhecer o Absoluto do ponto de vista onde você está. O ponto de vista de onde você está deve desaparecer, ele deve aniquilar-se. Lembre-se de que não é possível vislumbrar qualquer continuidade entre o conhecido e o desconhecido.
Você não pode ficar no conhecido e viver o desconhecido. Você precisa deixar o desconhecido pegar você, e você perceberá em seguida, que o limitado ainda está presente. Mas antes, isso é apenas uma suposição, isto é senão uma crença, porque você não o viveu.
Simplesmente, numerosas estruturas já lhes foram ditas que lhes será feito de acordo com sua Vibração, se você preferir, segundo a sua partição.
A partição que você joga é tributária de um instrumento, e não de um outro instrumento. Você quer ser um tal instrumento, ou você quer ser, ao mesmo tempo, no mesmo espaço, e em todas as Dimensões, todos os instrumentos? Ponha fim a toda barreira e a todo limite.
Nenhuma experiência será jamais útil para o Absoluto, mas ele fica e continua a ser útil àquele que desempenha sua própria partição, Ilusória ou religada.
O Absoluto é a Liberdade total, mas a Liberdade mete medo porque a Liberdade é precisamente o que é desconhecido.
Enquanto você reivindica a Liberdade no seio de qualquer confinamento, você mente a si mesmo. E enquanto há mentira, a Verdade não pode ser.
Você não pode pretender a supor, ou imaginar, que o Absoluto é A FONTE. O Absoluto é A FONTE, mas é muito mais do que A FONTE. Porque o Absoluto não tem nem origem, nem fim, nem localização, nem não localização. A Vibração, a Consciência é Vibração, isso lhes foi dito. Permitindo viver, conscientizar, as rodas de energia (as lâmpadas), o despertar da Kundalini, e até mesmo a percepção da Onda da Vida.
Mas, assim que você percebe, você não é o que é percebido. O Absoluto é a instalação no seio do percebido, e não da percepção. É o memento em que não há mais qualquer distância, qualquer suposições sobre o Absoluto, porque o limitado, o ego como Si, pode apenas representar a Verdade. Mas qualquer representação não será jamais senão um espetáculo, uma projeção, uma Ilusão a mais tempo, mais ou menos palpável, mais ou menos aproximante. Dando um sentimento mais ou menos real, mas não é o Absoluto. Independentemente da testemunha e do marcador do Absoluto, isto é, a Onda de Vida, e os seus efeitos sobre o êxtase ou o íntase, há também um outro marcador, o qual, situa-se na Consciência que desemboca sobre a não-Consciência.
É justamente o momento em que não há mais questão. Porque a questão em si é concebida como ilusória, bem como a minha resposta.
Contanto que vocês pronunciem as palavras e eu pronuncie as palavras, há Ilusão. Mas essas ilusões serão em definitivo, menos tenazes do que aquelas que estavam aí antes de nós entre teus e meus (nota: o neologismo palavra da entrevista). Este não é então um jogo estéril, mas é bem uma prática, no sentido mais nobre.
Esta prática pode ser julgada pelo ego como intelectual, irá levá-los à sua velocidade, a realizar o estado que foi descrito na pergunta precedente. Não suponha nada do Absoluto, porque tudo o que você suporá poderá somente ser estabelecido através de sua experiência e seu conhecido.
Não projete nada sobre o Absoluto, porque projetar o que quer que seja, já é afastar-se dele. O Absoluto não pode ser conhecido, não pode ser formulado, ele não pode ser Vibrado, ele pode ser posto em palavras. Pelo contrário, é possível utilizar Vibração e palavras para capturar o que não é. Nesse momento, há uma espécie de aproximação que se efetua, é esta fase última.
Nada supor, é também nada fazer, nada empreender. Porque tudo vai ser feito ou empreendido, vai coloca-los em distância em relação ao Absoluto que, eu os lembro, está sempre aí. Se há resistências ou freios, olhe-os, e é tudo: deixe-os passar, não faça nada.
Claro, vocês podem sempre facilitar as condições iniciais (se assim se pode dizer), por tudo o que lhes é agradável. Mas não se percam no que é agradável, não façam um gol. Praticar um yoga para simplesmente ficar bem, não os levará jamais ao Absoluto.
Mas estejam cientes que ficar bem permite-lhes instalar-se em uma receptividade, por assim dizer, maior. Não façam das palavras, não mais, uma finalidade. Não façam das Vibrações, não mais, uma finalidade, mas sim, antes, dos meios e das ferramentas, para aproximá-los do que vocês não conhecem, e que, no entanto, é claro, é a sua natureza.
Isso exige de vossa parte, e isso exige de sua parte, uma honestidade, uma integridade, uma Humildade, uma Simplicidade, isso vocês o sabem, mas acima de tudo, uma Transparência, porque não pode haver transcendência sem Transparência.
A Transparência é criada por Ki-Ris-Ti, pelo Diplo, pela União Mística. Um opaco, resistente: o corpo, a identidade, o ego, o Si, encontra a transparência de Fogo.
Deste encontro resulta a Transparência. Transparência é não parar nada, não reter nada do que pode acontecer (quer isso seja um pensamento, quer isso seja uma emoção, quer isso seja um sintoma do corpo, quer isso seja uma relação): não congelem nada, permaneçam fluidos.
Observem, se vocês o quiserem, mas vocês não são a emoção, vocês não são o pensamento, vocês não são a relação, vocês não são o corpo. Deixem acontecer. É o que eu posso lhes dizer. Sem nada rejeitar: não é porque você rejeita um pensamento que ele vai desaparecer. Pelo contrário, se você o observa passar, sem se apegar a ele, ele desaparecerá, esta é toda a diferença.
Pergunta: A partir do momento em que eu aceito que eu não sou tudo o que eu conheço de mim e do Si, de qual abertura, além da minha consciência atual, tenho eu necessidade (além de deixar agir a Onda da Vida e o Manto Azul da Graça) para bascular no Absoluto (além do "eu sou")?
Nada de mais, e uma só coisa em relação ao que você disse: aceitar que você não É nada de tudo o que você conhece, é uma primeira etapa. Mas você já pensou em refutá-lo? Não é porque você diz somente: "Eu não sou este corpo", que você vive o Absoluto. Refutar o "eu não sou este corpo" está além da aceitação. Não é um jogo de palavras, é uma realidade da consciência.
A consciência que lhe conduz, se assim se pode dizer, a deixar exprimir-se e imprimir-se o Absoluto, é uma refutação de tudo o que você conhece simplesmente aceitar a negação do que você conhece. No ato da aceitação do que você não É, não há refutação, há então ainda uma distância.
A refutação, pelo contrário, do que você não é, está além da aceitação. A refutação é um ato ativo, a aceitação é um ato que eu poderia qualificar de passivo. Há, então uma fase anterior ativa, esta fase é conduzida pela própria consciência, do ego ou do Si. A refutação é então uma dinâmica.
Como eu o disse, essa é uma investigação. Esta investigação não é um jogo do mental, mas sim um exercício (eu não gosto dessa palavra) espiritual.
Desde o instante em que a investigação é realizada, ela desemboca sobre o quê? Sobre uma identificação. A desidentificação pela refutação vai então conduzir você, sem esforço, sem nada fazer, para ser Absoluto. A espontaneidade acompanha a Transparência.
A espontaneidade é a ausência de reflexão, o que não quer dizer fazer não importa o quê, mas fazer, ou ser, o que é independente de qualquer referência a um passado e, portanto, uma experiência passada. É o Caminho do Coração. Porque o Coração nunca se engana, contrariamente ao mental.
Eu não falo da intuição, porque a intuição faz sempre referência ao que é bom ou ruim, para você. Nós estamos além do que é bom e do que é ruim. O bom e o ruim, para você, esta intuição e este discernimento, dos quais se gargalham os seres ditos espirituais, é uma Ilusão a mais.
A espontaneidade resulta da Transparência. Há então, nesse momento, de alguma forma, uma espécie de traspassamento do Coração, de trás para a frente e da frente para trás. Que faz ser traspassado pôr em ressonância, bem além do que é percebido no corpo, Transparência e espontaneidade. Manobrando literalmente a experiência passada e, portanto, o mental. Isto se chama também o Dom do Si, ou o Abandono do Si.
Isto fará, creio eu, o objeto de desenvolvimento por uma consciência, por assim dizer, mais qualificado do que eu (nota: ver em nosso blog a intervenção de ANAEL de 9 de abril [em tradução] ) Aí também, não há nada portanto a fazer senão deixar acontecer.
Mesmo se há um lado ativo na refutação, depois, convém deixar acontecer. Porque você não pode fazer nada, nada a empreender, para conhecer o que é Desconhecido para você. Você pode senão passar de um ao outro, mas esta passagem não é ilustrada por qualquer coisa que lhe permitiria passar: é, portanto bem, uma transcendência, e não uma transformação.
Há então, efetivamente, esta investigação a realizar. Uma vez realizada a investigação, deixe ser, e deixe acontecer. A investigação desemboca, sistematicamente sobre o que poderia ser nomeado um paradoxo, entre nada e plenitude. Sobre uma interrogação, que eu qualificaria de última, interrogação última pondo fim a toda interrogação e a toda questão. É nesse momento que é realizado o absurdo total do ego e do Si, não antes.
Pergunta: Eu adoraria estabilizar o estado de não observação por de mais de um pequeno instante. Como?
Simplesmente deixando de querer observar, de maneira incessante, tudo. Fixe-se sobre o próprio mecanismo da observação, e não sobre o que é observado.
Quem observa? Onde está o observador? São seus olhos que veem? É esta reflexão? Onde está situado o observador?
É passar da perspectiva de quem é observado a uma outra perspectiva. Desde que há observação, do que quer que seja ou de quem quer que seja, o tempo flui.
E, portanto, há uma lembrança, por meio de sua pergunta, em querer congelar o que não pode ser congelado: o tempo passa. Então é para você, esta questão de "quem observa? " (e não: o que se observa?), que nascerá a imobilidade.
Porque você vai encontrar o observador, e você vai perceber que não há mais observador senão as coisas observadas. E que o observador é senão uma projeção, de outra coisa, que está por trás do observador. Naquele momento, você poderá bascular. Não antes.
O Si é a observação mais perfeita da Luz, onde os mecanismos de Consciência e Vibrações estão presentes, contribuindo para estabelecer a Alegria, contribuindo para estabelecer uma satisfação. Permitindo a acreditar que há uma busca que foi completada, encerrada e realizada.
É preciso ultrapassar isso, e ir além disso. A melhor maneira, efetivamente, é não fazer nada, deixar acontecer. E de sair, mesmo, da dinâmica aparente da observação, do que é observado, do próprio observador. Pois quem está por detrás de tudo isso? Ou melhor: o que há por trás de tudo isso?
Como você observa, você não é o observador. Como você é o observador, você não é o que está por trás do observador. Investigar isso é uma prática maior.
Desta pesquisa, realizada honestamente, decorrerá a fase final, decorrerá também a Onda da Vida, e da permeabilidade das rodas (dos chacras) para a Onda da Vida.
Não se ocupe da Onda da Vida, você não pode nem medi-la, nem controla-la, nem dirigi-la. Você vai, então observá-la. E você vai se localizar, então, do ponto de vista do observador, que se fará a pergunta: é bem, é mal? Como você jogar este jogo, o êxtase não pode nascer.
Chega um momento em que você estabelece que você não pode influenciar de nenhum modo a Onda da Vida, mas você é sempre observador. Ponha-se a pergunta "o que é observado? " "Quem é o observador? " E você vai se tornar a Onda de Vida. Deixando nascer, então, o êxtase, marcador inefável do Absoluto.
O que é para estabilizar, é o que já está estabilizado, e que nunca mudou, que nunca desapareceu. É, muito exatamente, o Absoluto: aí, onde não há mais observador, aí onde não há mais observado, e aí, onde não há mais, não mais, aquele que está por trás do observador. Porque o Absoluto é às vazes o observado, o observador, e o que está por trás do observador. Aí também, não há mais distância, nem diferença.
Nós não temos mais perguntas, nós o agradecemos.
Então eu nos proponho colocar, de forma tran (transição), um termo ao nosso entre meus e entre seus. Vou deixar mais qualificado do que eu para expressar o que representa e o Dom de Si e este Abandono do Si. Eu intervirei em outro momento, em sua rota para essa conquista. Resta-lhes ler o que eu lhes disse.
Não faça uma palavra de certeza ou de evangelho. Tente ver o que é justo, o que não é justo. Não em um aspecto discriminante, mas, do mesmo modo que eu exprimi, em a forma de investigação.
Eu darei as instruções, em poucos dias, que nos permitirão encerrar esta entre seu e entre o meu a fim de ir ao Princípio e a Essência própria do que foi dito. Ou seja, ir além do diálogo, além do diabol e além do símbolo, para, de alguma forma, reunir os três elementos da mesma Verdade inefável do Absoluto.
Eu rendo Graças a sua escuta. E eu vos rendo Graças por apoiado, e trazido, as palavras que eu tinha a lhes dar.
Desde que me deva nomear, BIDI os saúda, e lhes diz, em seu tempo, até breve.
Mensagem de BIDI no site francês:
http://www.autresdimensions.com/article.php?produit=1409
09 de abril de 2012
(Publicado em 09 de abril de 2012)
Tradução para o português: Josiane Oliveira
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