sexta-feira, 30 de março de 2012
SRI AUROBINDO - 24-03-2012 - AUTRES DIMENSIONS
Eu sou Sri Aurobindo.
Irmãos e Irmãs, aqui, nesta carne, antes de exprimir o que quer que seja, vivamos juntos um instante de Comunhão e Graça.
... Compartilhamento do Dom da Graça ...
Irmãos e Irmãs, eu venho entre vocês, como Melquisedeque do Ar, exprimir-lhes certo número de elementos concernentes ao que vocês, talvez, já vivam e que se inscrevem perfeitamente no que eu pude escrever e dizer quando de minha última encarnação, bem como dois mil anos atrás, sob o ditado do Cristo (nota: o Apocalipse ditado a João), concernente aos tempos da Revelação, os tempos do que eu nomeei, então, a descida do Supramental, permitindo Despertar e Revelar a Terra, assim como, vocês mesmos, hoje, para se viver o que deve ser vivido.
Eu acrescentaria, antes de começar, um elemento que, em relação justamente ao que se deve viver, é essencial para incorporar em vocês.
O que quer que eu tenha podido escrever, o que quer que eu tenha podido viver, o que quer que eu possa lhes dizer hoje, inscrevendo-se na extensão lógica do que eu escrevi, vocês devem estabelecer, compreender, que não há estritamente nenhuma pessoa a seguir, nenhum conhecimento a aplicar.
O que deve guiar hoje, mais que nunca, o que vocês têm que viver, é exatamente a experiência que vocês vivem. Nenhuma vivência anterior, nenhum testemunho anterior, não podem substituir ou substituir-se ao que vocês vivem.
A Liberdade, a Liberação, o Si, o Despertar no Supramental (em definitivo, quaisquer que sejam as palavras e elas são numerosas, que se possa aplicar), devem permanecer um mecanismo vivido intimamente.
É senão aceitando viver, de maneira íntima, o que é ofertado, por vocês mesmos, que virá um tempo em que vocês poderão testemunhar o que é a Verdade.
Mas dar testemunho da Verdade deve fazê-los entender que nenhuma Verdade pode ser exterior, nem vivida no exterior de vocês mesmos.
Este corpo é o Templo Sagrado onde se realizam as suas próprias Núpcias Místicas. Apenas certos testemunhos podem simplesmente chamar-lhes, de maneira mais forte, não a seguir o testemunho, mas para instalá-los, vocês mesmos, na Sua Presença ou no Absoluto.
O ser humano tem a particularidade, visto que não esteja instalado nos estados não habituais da Consciência, a sempre querer seguir uma autoridade exterior. Aí está o perigo, é claro, enquanto vocês seguem (como tem sido dito) quem quer que seja, vocês não podem viver o que vocês têm para viver.
Não há nada a de exterior a vocês, que seja buscado.
Mais do que nunca, hoje, a Onda da Graça (que é a resposta para a descida do Supramental) chama-os a se estabelecerem em Sua Inteireza, em Sua Vivência, em Sua Experiência, para além de toda palavra.
Somente se vocês aquiescerem ao que vocês têm a viver, na totalidade, que a experiência pode conduzir-se a seu termo.
Vocês devem estabelecer também que este termo é profundamente diferente para cada um de vocês. Mas o processo é marcado.
Eu o marquei de alguma forma (na minha obra do Yoga Integral e da descida do Supramental), certo número de elementos.
Existe, ao longo da história e, sobretudo, no século XX, um número incontável de testemunhos, em todas as culturas, do que se é possível viver, de se manifestar e, de alguma forma, de recriar, pela ação e a Inteligência da Luz e, doravante, pela Onda de Vida. Que nasceu, eu lhes recordo, no centro da Terra e que renasce.
Este preâmbulo sido colocado, eu volto para alguns elementos mais recentes, e não ligados a uma história (que foi há dois mil anos), e não a minha experiência na minha última vida, mas o que vocês podem viver (hoje, em totalidade), porque não pode existir, no seio do que é para viver, nenhum limite, que não seja o seu próprio.
A finalidade, se é que isto seja uma, mas dizemos Último, para vocês, neste mundo, neste tempo, é viver o que eu chamaria a União Mística ou o Casamento Místico.
Este Casamento Místico conduz, inevitavelmente, à instalação no Absoluto.
Este qualificativo de Absoluto pode, efetivamente, representar, para a consciência limitada, um terror ou uma ilusão.
Não há senão, através da experiência (que vocês aceitam ou não viver) que vocês podem verificar, de alguma forma, a validade do que lhes é proposto pela Terra, pelo Sol e por nossos Irmãos e Irmãs, que (em sua última encarnação ou em torno de vocês, hoje) vivem na totalidade este processo.
Este processo dá-lhes a viver em um estado que é o único estado previsível, que é a instalação na perfeição, não humana, mas a perfeição da Vida.
Esta simples palavra, Êxtase, é, naturalmente, para a personalidade e mesmo para o Si, um mecanismo estranho, porque remete, invariavelmente, a tudo que se relaciona de perto ou de longe, ao nascimento, à vida, à morte e, é claro, à sexualidade.
O mais profundo tabu, o mais trancado, do humano em encarnação, é precisamente o que é chamado de morte, porque a morte assinala, de maneira efetiva, para aqueles que estão neste mundo, o desaparecimento do que morre neste mundo.
Existem, é claro, mais e mais testemunhos de uma vida após a morte, de uma Consciência que perdura além da ilusão do desaparecimento, perda de um ente querido.
Este mecanismo de morte está profundamente, e de maneira indissolúvel, religado à sexualidade e à procriação.
A sexualidade, como a procriação, substituição de um processo, aí também, alquímico, que vai permitir (através da união de dois corpos, de duas consciências, de duas almas, independentemente do nível onde isso esteja situado) o aparecimento, neste mundo, da vida. Vida, por essência, efêmera, visto que ela se inscreve entre, justamente, o tempo desse nascimento e o tempo da morte.
A pessoa, a personalidade, inscrever-se-á sempre, neste mundo, entre um início e um fim.
Este mundo é, em essência, mesmo para além do princípio chamado de falsificação, duelo, duelo porque tudo evolui de acordo com leis precisas, tanto no grão de areia, como na consciência humana, como em todo o mecanismo vital.
Essas leis (são chamadas de Carma, Ação/Reação) são, em essência, efêmeras, pois toda ação irá provocar uma reação. Mas essa reação não é, ela, não mais, durável, e se inscreve em um princípio chamado de retribuição.
Isso concerne somente a este mundo.
Este princípio de Dualidade não pode, absolutamente, ser aplicável para além dos limites da Dualidade. Neste sentido, numerosos seres humanos têm vivido, e vocês mesmos aqui, processos de despertar sucessivos, instalando (no seio desta Dualidade que é este corpo) certo número de elementos novos, percebendo, hoje, em totalidade, o que eu havia nomeado a descida do Supramental.
Eu concebi, durante a minha vida, que esta descida do Supramental permitiria a aparição de um homem novo, aqui mesmo. Um homem novo dotado de novas percepções e, sobretudo, extraindo-se, de alguma forma, do princípio de competição, de Dualidade, inexoráveis, da vida.
Nos mecanismos que me foram dados a viver (pois, definitivamente, eu fiz senão transmitir minha própria experiência, qualquer que tenha sido a majestade e a intensidade do que eu vivi), faltava, irremediavelmente, a resposta lógica da Terra, que era a resposta deste corpo à sua própria iluminação.
Daí o perigo de manter apenas um ensinamento passado, qualquer que fosse, que lhes pareça, o mais bem sucedido, o mais prestigioso, o mais honesto.
Enquanto vocês leem o despertar de Buda, vocês não podem alcançar o estado de Buda.
Ao ler a vida de Cristo, vocês não podem alcançar o estado Crístico.
Enquanto vocês leem só o Yoga Integral, vocês não podem alcançar o Supramental.
Porque, desde o instante em que vocês aderem a qualquer coisa exterior a vocês, vocês colocam, vocês mesmos, as condições e seus próprios limites, que os fecham, bem evidentemente, e os afasta da experiência.
O que se instala, hoje, decorre diretamente do que eu havia chamado a Fusão dos Éteres e a primeira aparição da Luz Azul em seu Céu.
Este primeiro Portal Interdimensional iria abrir, de alguma forma, as Portas do Céu sobre a Terra e realizar este Casamento Místico que se realiza em vocês, talvez, já, depois de numerosas semanas ou de maneira anterior, por experiência, mas a experiência não podia manter-se do próprio fato dos limites da encarnação.
Hoje, isso é profundamente diferente porque a Terra foi fecundada, a Terra deu à luz e ela exprime, em vocês, e ela imprime, em vocês, a resposta ao Supramental, algo que eu não podia ver ou vislumbrar na minha última vida.
No máximo, no Apocalipse, eu poderia descrever esta expressão muito simples: "e houve um Novo Céu e uma Nova Terra".
Há, portanto, um princípio de regeneração, não apenas uma transformação do estado anterior a um estado novo, mais Luminoso, mas de Novos Céus e de uma Nova Terra.
Isso quer dizer que o trabalho, a experiência, que vocês carregam (se vocês a aceitarem, na totalidade) deve conduzir-lhes a viver sob os Novos Céus e sobre uma Nova Terra.
Não há, em outras palavras, como poderia sugerir o que eu vivi na minha última vida na carne, solução de continuidade, de forma alguma, entre o antigo e o novo, porque esse novo não é a consequência de um antigo, mas a Transcendência total do primeiro.
Não há nenhuma base, no seio do antigo, que possa servir para estabelecer a Absoluto.
O Absoluto é uma Liberação de todas as formas e dá-lhes a viver o que eu nomearia, por falta de outro termo, uma multilocalização onde a Consciência, o Ser, e a própria Onda da Vida que vocês podem tornar-se, não podem ser assimilados, nem ser uma causalidade de qualquer forma, de qualquer pessoa ou qualquer individualidade.
Claro, as resistências próprias da pessoa (e especialmente porque esta pessoa, ela mesma está em um caminho dito espiritual) representam o freio mais perfeito para o estabelecimento do Absoluto, porque o ego procura uma Transcendência.
Qualquer pessoa encarnada, em busca de sentido, vai aderir a certo número de conceitos, a certo número de vivências que se inscrevem, de maneira definitiva, no contexto do que IRMÃO K chamou de conhecido (ndr: ver a intervenção de IRMÃO K de 4 de Agosto de 2011).
Ora, jamais o Desconhecido pode nascer no seio do conhecido.
Há, efetivamente, alguma coisa que deve morrer, da mesma forma que este corpo que vocês habitam deve morrer um dia, para revelar um outro corpo, outra consciência.
Em outras palavras, não há solução de continuidade, nem mesmo a esperança de continuidade, entre o ego e o Si, num primeiro instante, e, ulteriormente, entre o Si e o Absoluto.
Claro, o ego (construído sobre o próprio princípio da resistência e, portanto, do que eu nomeei este tabu Último que representa a morte, o sexo e o nascimento) fará de tudo para afastá-los da experiência do Absoluto, que não é nem uma experiência nem um estado, mas, sim, uma forma (além da forma) do Último, dando-lhes a viver neste corpo, por um instante, um processo (o que foi descrito, desde muito tempo, em textos muito antigos, desde o Tantrismo, para além de todo sexo) que é, justamente, a descoberta do Absoluto.
O Absoluto não pode ser buscado, ele não pode mesmo ser conscientizado.
O domínio do Si é um domínio a coscientizar.
O domínio do Absoluto compreende e integra tanto a pessoa quanto o Si e os Transcende.
Isso quer dizer, então, que há um fenômeno de descontinuidade levando-os a estabelecerem-se, de alguma forma, em algo que não é um estado efêmero (e, portanto, não inscrito entre o nascimento e a morte, não inscrito em uma esfera sexual) e que, portanto, em alguns aspectos, pode parecer, desde, tanto o nascimento quanto a morte, ou o ato sexual em si, são apenas uma reprodução limitada, de alguma forma, do que é este Êxtase.
O Manto Azul da Graça, a Fusão de Éteres, realizam a União Mística do Céu e da Terra, este mesmo processo que deve passar-se em vocês, se vocês o aceitam.
Mas a aceitação da qual eu falo é a que foi nomeada a Crucificação e a Ressurreição, em uma forma de Renúncia total.
Essa Renúncia, como foi dito, não é nunca uma negação da encarnação, mas, sim, uma Transcendência total da encarnação.
O que quer dizer que, nestes tempos que são para viver, para vocês, encarnados, tal como existe em vocês, como foi dito esta manhã pelo nosso Comandante (ndr: O.M. AÏVANHOV), o menor julgamento em relação a vocês mesmos ou em relação a qualquer elemento deste mundo, seja será sua própria encarnação, desde o instante em que existe uma rejeição do que quer que seja, vocês não podem viver este Último.
O Último não se instala (porque ele sempre esteve aí), senão desde o instante em que vocês aceitam o próprio princípio de Transcendência.
E, lembrem-se, que a Transcendência não oferece qualquer solução de continuidade entre esse corpo, essa pessoa, esse ego, essa personalidade, esse Si, esse indivíduo que vocês creem ser. E, no entanto, nada que é limitado, em definitivo, não desaparece verdadeiramente.
Mesmo se existe (na sua terminologia, hoje) uma forma de reconfiguração ou de “reset”, este não é o ponto de vista, de alguma forma, do que é justamente limitado e que não pode acreditar, mesmo no instante de sua morte, em seu próprio desaparecimento.
Nós tocamos aí, nesta resposta da Terra ao Supramental ao que se desenrola, ou não, por agora, neste Templo, porque não há outro lugar em que isso deva se passar.
Esta é uma experiência muito além de qualquer experiência, que não se pode viver senão quando há aceitação total de tudo o que é a vida sobre esta Terra.
Pois não há, senão na plena aceitação de sua própria vida, seu próprio campo de experiência e de vida que pode, em definitivo, realizar-se o Último.
O Último, sob muitos aspectos, irá representar, mesmo para o Si, uma loucura, uma espécie de auto-dissolução de autodestruição.
Há, efetivamente, uma auto-dissolução, uma autodestruição, mas nada além do que está destinado, justamente, a morrer um dia, isto é, este corpo, ou seja, esta consciência.
Como Uma das Estrelas lhes disse e como Outros Anciões já lhes disseram, vocês não podem capturar o Último, vocês não podem sequer compreendê-lo, vocês só podem vivê-lo (ndr: diferentes intervenções, incluindo 17 março de 2012).
Ora, vivê-lo é um mecanismo íntimo que está justamente ligado à aceitação, Total e incondicional, da encarnação.
Esta transcendência da carne é, em totalidade, o que realiza a Ascensão.
O surgimento e a descida do Supramental não é a Ascensão.
Esta era a etapa, eu diria, porque agora vocês a tem vivido, de impulso a esta resposta.
A Ascensão é, senão, um sim (absoluto, franco, sincero, massivo, total) ao Êxtase, à Onda da Vida e, assim, (como muitos Anciões já lhes disseram antes de eu voltar a me expressar hoje, ou Arcanjos) para ser na totalidade, além do ser, além da Consciência.
Você não pode ser uma pessoa, você não pode ser um indivíduo, você não pode ser uma história, e viver o Último.
Entendam bem vocês todos, aqui como em outros lugares, vocês não têm a forçar ou a desejar, porque cada lugar que vocês ocupam é o seu lugar de direito.
Como o Si, o Despertar foi um objetivo, como o Absoluto não pode ser definido como um objetivo qualquer.
Vocês são a Onda de Vida ou vocês não a são.
Vocês a serão ou vocês não a serão.
Mas em nenhum momento vocês devem aderir, de maneira exterior.
O Último e o Absoluto traduzem-se, é claro, neste corpo, pelo que é conveniente chamar manifestações.
Estas manifestações, como já foi explicado, originam-se na parte mais baixa deste corpo em contato com a Terra, isto é, os pés.
Em seguida, certo número de mecanismos (que lhes foram descritos durante certo número de dias), resultando ao nascimento da Onda da Graça, fazendo-lhes viver esta União Mística com o seu próprio duplo, como com qualquer ser humano, sem distinção de sexo, idade ou qualquer crença que seja, desde o instante em que esta outra Consciência (ou aparecendo como tal) vive, ela também, a experiência além da experiência.
Claro que, pelo olhar do ego, pelo olhar do Si, isto é um ultraje, ultraje à sociedade, ultraje à vida (tal como é concebido no seio da pessoa como do Si), porque há realmente uma Transcendência Total fazendo-lhes passar do conhecido ao Desconhecido.
Mas este Desconhecido é a sua natureza como ela é a nossa natureza para cada um de nós.
Quer vocês a rejeitem, quer vocês a aceitem, quer vocês a desejem, qualquer que seja a sua posição sobre a Onda de Vida, esta É, com a sua Presença ou sem a sua Presença.
Toda vida futura, quer sejam os Novos Céus, a Nova Terra, quer isso seja em outras Dimensões, inscreve-se, de maneira muito lógica, na existência mesma e na penetração mesma da Onda da Vida.
O Casamento Místico põe fim a toda ilusão.
Ele põe fim à pessoa, à personalidade, à individualidade e ao Si.
O Si não é, em definitivo, senão o reflexo do ego que se completa em sua própria contemplação, tendo me feito escrever muitas coisas.
É claro, desde o acesso ao Si, sem mesmo falar do Casamento Místico, há um testemunho que é prestado. Este testemunho, desde o instante em que vocês tenham concluído o processo (que se refere ao Si ou a Onda de Vida), é colorido, necessariamente, por sua própria experiência.
O importante é não descolorir sobre outra consciência.
A única maneira para não descolorir é, evidentemente, não julgar e amar de maneira incondicional e total.
Não há outra alternativa.
Conforme vocês fazem uma diferença entre seu filho e o filho do outro, entre a sua mãe e a mãe de outro, enquanto vocês fazem a menor diferença entre aquele que está em um caminho lateral, que aquele que vive a Comunhão extática com vocês, vocês não podem instalar-se, de maneira definitiva, neste Absoluto.
Há, naturalmente, uma mudança de ponto de vista, se assim se pode dizer.
A Fusão dos Éteres, quando ela se realiza nesta carne, que é sua, quando vocês a acolhem sem buscá-la, quando vocês a deixam subir, a Transcendência, real, efetiva, do nascimento e da morte, da sexualidade, torna-se real.
Ela se torna daí sua única realidade, a sua única verdade e ainda assim vocês ainda estão inscritos em um corpo de carne, mas a alma terminou o seu período de retração.
Ela pode, então, dissolver-se, do mesmo modo que o Espírito, dando-lhes, de maneira definitiva, uma forma de passaporte para Ser no não-ser.
O Absoluto, o Último, é um estado de prazer, permanente e total, em que nenhuma sombra do ego, nenhuma sombra do Si, não pode interferir ou alterar a Onda da Vida.
O Casamento Místico leva vocês a perceber, muito além do acesso Multidimensional, o que eu chamaria de uma Transdimensionalidade onde vocês estão presentes, do mesmo modo, com a mesma intensidade, a mesma não-Presença, na pessoa que não existe mais, no Si que não existe mais, no Sol que não existe mais e em qualquer consciência viva.
Vocês estão além da existência.
Vocês estão além da consciência.
O Casamento Místico dá-lhes a única e verdadeira imortalidade, visto que não se inscreve mais, unicamente, entre o nascimento e a morte, não se inscreve mais na possibilidade de viver uma Unidade efêmera dentro do ato sexual, mas dá-lhes a viver, na totalidade, isso.
Muito em breve, expressar-se-á, neste Canal, uma nova Presença que levou a seu termo, em totalidade, o Absoluto (e, ainda uma vez, a expressão “levado a seu termo” não quer dizer grande coisa), quem, de alguma forma, aceitou (ao contrário de todos nós, Anciões) dissolver o Si para ver o que havia por trás: o Absoluto.
Hoje, não existe mais condição (se esta não é a sua própria condição), que possa opor-se ao Absoluto e ao Último.
A testemunha é a Onda de Vida que vem abrasar o que era nomeado a Kundalini, que nós chamamos, hoje, o Canal do Éter porque é forrado de Partículas Adamantinas, incendiando as três Lareiras e o conjunto dos corpos, de maneira prévia ao abrasamento do Sol e da Terra, desta Dimensão.
Aqueles que viram um fim irremediável do mundo e de sua pessoa, não são senão aqueles que estão inscritos, efetivamente, na única realidade possível de sua pessoa, não vivendo nem o Si, e menos ainda o Absoluto. Isto não é nem um julgamento nem uma crítica, mas apenas uma constatação.
Quem são vocês?
Aonde vocês vão?
Quem vocês eram antes de nascer?
Quem eram vocês antes de viver esta ronda permanente da encarnação e da excarnação sobre este mundo?
Claro, nós lhes demos elementos: origem estelar, origem Dimensional, as Quatro Linhagens. Houve A Fonte, e houve os Arcanjos, houve os Anciões, e as Estrelas.
Houve Coroas.
Houve o seu Coroamento.
E além, além de tudo isso, quais são as questões que permanecem em vocês?
Porque a questão que permanece em vocês traduz, em definitivo, senão a falta de soluções.
Ora, a solução tem sempre estado aí, presente, à disposição.
A Terra está Libertada, o Sol está Liberado, como eu o disse desde algum tempo.
Tudo está consumado, como dizia o nosso Comandante (ndr: OM AÏVANHOV).
Se vocês tocarem (se é que eu posso usar essa expressão) o Absoluto e o Último, o que lhes trará o mundo?
Porque vocês terão se tornado, na totalidade, este mundo, bem além deste mundo, tal como ele é visto com o olhar da pessoa ou da individualidade.
Então, é claro, o ego colocar-se-á sempre as questões ordinárias da vida.
O Si colocar-se-á sempre as questões de como traduzir, no melhor, o que foi vivido, e como formatar o que escapa às formas deste mundo.
O Absoluto não quer nada formatar. É simplesmente a manifestação tangível da transcendência, possível e realizada, sobre esta Terra, neste corpo que não é mais o seu.
Claro que é muito desagradável, e será cada vez mais, para o ego como para o Si, viver este Êxtase Místico, este Casamento Místico, esta União Mística, quer isso seja neste corpo, como isso foi dito, com uma folha de grama, com uma árvore, com o Sol com um planeta, com A Fonte.
Existirá sempre um princípio, inscrito mesmo no sentido da Presença da encarnação, alterado, falsificado ou não, que é a perda, justamente, da encarnação.
IRMÃO K (ndr: intervenção do IRMÃO K, de 17 de março de 2012) disse-lhes e repetiu: aquele que queria que eu falasse da outra margem faz senão expressar seus próprios medos, porque como conhecer a outra margem sem irem até lá vocês mesmos?
Ora a outra margem não é uma deslocalização.
Ela sempre esteve aí, inscrita na sua Presença, na condição (mais uma vez, de maneira imaginada) que o ponto de vista e o olhar mudam.
Esta viagem é uma viagem sem retorno, porque não havia retorno possível dentro da Ilusão quando a Verdade foi idealizada, de modo total.
Vocês são o Amor, como isso foi dito, pouco tempo atrás, pelo Arcanjo URIEL (ndr: intervenção de URIEL de 3 de março de 2012).
Vocês são a Eternidade, a Beleza.
Os qualificativos são inúmeros, mas todos eles se referem, não à sua pessoa, não ao seu Si, mas, muito, à realidade que subentende mesmo a sua Presença, na carne.
Este Absoluto é indescritível Amor, este Absoluto é indescritível Êxtase permanente, fazendo-lhes dizer que vocês fazem o Amor à Criação, o Amor a cada um, o Amor a vocês mesmos, porque vocês não são mais do que isso.
Claro que, estando em um corpo, vocês não rejeitam este corpo, vocês aceitam tudo, tanto alegria como sofrimento, porque nem alegria é a sua natureza, nem o sofrimento é a sua natureza essencial.
Ninguém pode atravessar essa porta em seu lugar.
Vocês estão sozinhos, totalmente sozinhos, para a Passagem, porque depois, a solidão não pode existir.
Este é justamente o final do fato de sentir-se solitário, a melhor tradução, é claro, é o medo, porque o medo da morte é, de maneira indefectível, completamente lógico, o único sentido a sua presença aqui, neste corpo.
O Absoluto faz ainda mais medo do que a morte porque Ele integra o nascimento e a morte dentro de uma outra Verdade, ela também absoluta, e não é então mais uma verdade relativa comparando-se a outra coisa.
Mas a Verdade Absoluta é (independentemente de qualquer comparação, independentemente de qualquer referência, independentemente de qualquer outro caminho) a sua própria experiência.
É necessário a vocês superar, se essa for sua escolha, qualquer explicação, qualquer trabalho, tendo sido dito por alguns Anciões que não há nada a fazer além de ficar quieto, de estar em Paz e de deixar efetivamente a Onda da Vida subir e leva-los embora, a nenhum outro lugar senão a vocês mesmos, mesmo se o ego chama a isso de outro modo, mesmo se o Si o nega.
O Absoluto e o Último é, além desta Graça, um estado de Êxtase que não conhece, de nenhum modo, o limite do corpo, de nenhum modo, o limite da relação com o outro, nem mesmo de uma relação com o Sol.
Este estado de Absoluto, de alguma forma, é suficiente em si mesmo porque ele é a Totalidade. Enquanto Totalidade ele se integra transcendendo as partes.
Nenhuma parte pode ser consciente desta integralidade, mas a integralidade engloba as partes.
O Êxtase Místico, desde a terceira sessão do Manto Azul da Graça, não espera mais do que vocês e vocês sozinhos.
Vocês não podem nada trazer no Absoluto da Graça.
Vocês não podem nada perder no Absoluto da Graça.
Vocês não podem nada projetar no Último.
Esta revolução, de alguma maneira, final da Consciência, é o próprio objetivo da sua Ressurreição, da União do Céu e da Terra, do seu masculino e do seu feminino, quer ele seja Interior ou exterior, quer ele esteja entre vocês e todas as partes, visto que cada parte descobrindo-se a si mesma é absoluta, do mesmo modo que vocês.
No mais possa haver elementos a praticar, não para aceder ao que é impossível de aceder por uma prática qualquer, mas, bem mais, visando acalmar tudo o que não é o Absoluto: o medo da morte, ele mesmo, é o nascimento, porque nada pode morrer e nada pode nascer no Absoluto.
E é justamente o que é terrível para a pessoa e mesmo para o indivíduo.
O que é para viver, agora, para cada um, é o Choque da Humanidade e eu diria que, para cada um de vocês, é o Choque do Humano, levando-os a passar, de alguma forma, não do humano ao Supra-humano, não somente do mental ao Supramental, não de uma antiga vida a uma nova vida, mas, bem mais, a tornar-se a vida em sua totalidade, além de toda restrição e de todo limite.
Vocês são este Absoluto.
Vocês são esta Onda de Vida.
Vocês são tudo o que nós lhes dizemos, uns e outros, desde algumas semanas.
É claro que é incômodo para aquele que inscreveu o quadro de sua vida em certo número de limites (sociais, familiares, afetivos, espirituais).
O Absoluto não tem limite.
Ele é, em essência, Ilimitado e Desconhecido.
Isso pode ser desestabilizante.
É neste sentido, que isto é um Choque.
E o Choque que se vive no seio da Humanidade (desde a Liberação da Terra e, sobretudo agora que vocês mesmos podem viver , na totalidade, não a experiência do Absoluto, mas instalarem-se no Absoluto) leva, é claro, a Terra a empreender esse processo em sua própria carne, que isso seja ao nível da Natureza, como isso lhes foi detalhado por ANAEL (ndr: intervenção de 17 de março de 2012) ou ainda por SNOW (ndr: intervenção de 17 de março de 2012), há uma semana, quer isso seja no Céu ou nas profundezas da Terra, traduzindo-se pelos Sons do Céu e da Terra e o que eu tinha chamado, na época, as Trombetas do Apocalipse.
O apelo de MARIA é nada mais do que generalização desse processo, total e final.
Ele está em curso.
Alguns dentre vocês tenham, talvez, já vivido esses momentos do Apelo, íntimo e pessoal, em que uma voz chamou-lhes pelo seu primeiro nome, ou em certo momento em que o seu corpo não responde mais, e no entanto, vocês estão Lúcidos.
Este mecanismo de estase individual é bem real.
Ele vai tornar-se coletivo, não duvidem disso.
Mas, mesmo neste instante coletivo, nesta União e neste Casamento Místico, é preciso que vocês compreendam que vocês não têm estritamente nada a temer, a duvidar, a esperar, porque vocês estão muito exatamente no seu devido lugar, vocês estão muito exatamente aí onde vocês devem estar, na idade que vocês devem ter, nas funções e papéis que vocês têm interpretado e mantido.
A Onda da Vida não precisa da pessoa, ela não tem necessidade do Si, ela não tem necessidade sequer do mundo, ela É.
Então, vocês me dirão, como instalar-se no que você não pode buscar?
Bem, já, fazendo calar toda pesquisa, fazendo desaparecer todo objetivo, fazendo desparecer a sua própria Consciência, a sua própria pessoa, o seu próprio Si, tudo o que não é Eterno, tudo o que não é Desconhecido.
Como já foi dito por outros Anciões, não é questão de rejeitar para longe de vocês qualquer noção limitante, mas, muito realmente e concretamente, transcendê-las.
Mas transcendê-las não é uma ação inscrita no seio, justamente do limite, mas, bem, este Abandono Último que não é o Abandono à Luz, mas sim o Abandono do Si a ele mesmo.
Se vocês forem à outra Margem, se vocês vivem a outra Margem, então o melhor testemunho vivo, está neste estado de Êxtase permanente aparecendo, num primeiro momento, em rajadas, por momentos, e que é destinada (o que quer que pense a pessoa ou o Si) a se tornar a única Verdade.
Claro, a pessoa ou o Si negará sempre esse Absoluto.
Ele quer muito, todavia, experimentá-lo, mas ele não pode percebê-lo, nem desejá-lo, nem mesmo esperá-lo que isso se torne definitivo.
No entanto, este Absoluto é definitivo.
É definitivo no sentido em que ele é exatamente o que permite e sustenta toda a experiência, toda vida, aqui como em outros lugares. Ele é a base e permite ainda a in-criação. Ele suporta toda a consciência e toda a não-consciência.
Então, se a Onda de Vida percorre-lhes, em Totalidade, ou ainda não, deem, deem totalmente o que vocês vivem, não escondam nada, porque vocês são o testemunho vivo, como o dizia o Arcanjo URIEL (ndr: a intervenção URIEL deste dia), o Caminho, a Verdade e a Vida.
Como o Caminho, a Verdade e a Vida não poderiam testemunhar por sua Presença e por suas palavras, o que ele é?
Nenhum limitado, nenhuma pessoa, nenhum Si, nenhuma oposição é válida para o Absoluto, nem o tem mesmo de efeito, uma vez que ele engloba justamente também isso.
O Absoluto não é uma palavra, nem um objetivo.
É a União Mística do Céu e da Terra, onde tudo se torna, mais do que nunca, evidente, inteiro, Ilimitado.
Eis, então, este Último, em curso, em vocês.
Ainda uma vez, se se pode falar de finalidade, é de vos instalar, de alguma forma, neste Ilimitado que é Êxtase, Prazer permanente da Onda de Vida.
Há também um efeito cumulativo. Alguns expressaram que, quando a asa de uma borboleta se quebra, todo o Universo treme.
Quando um ser limitado vive o Ilimitado, ele toca o mundo inteiro, simplesmente por sua Presença, a sua Presença no seio do limitado deste corpo, ele não é mais este corpo.
No mais, vocês são numerosos, em termos de indivíduos, a viver a Onda de Vida e a vos instalar no Êxtase, além do mais o processo do Choque da Humanidade terá sua duração reduzida.
Além disso, instalados no Absoluto, não há nada mais que o Absoluto.
Vocês podem continuar a viver a sua vida, qualquer que seja, assumir o papel que quiser, mas não sejam nem esta vida que vocês vivem nem este papel.
Isso muda profundamente, posto que é uma transcendência e os leva e os conduz a instalar o Amor o mais Incondicional que seja.
Vocês não podem julgar, não podem deixar de amar quem quer que seja.
O mesmo olhar será levado sobre o seu filho como sobre o filho do outro.
Não poderá mais existir diferença entre aquele que lhes odeia e aquele que lhes quer bem.
Eles participam da mesma essência, não em uma crença, não em uma projeção, mas, bem, na realidade do que é vivido, no mesmo Êxtase, na mesma Paz, na mesma Verdade, porque vocês não podem mais comparar quem quer que seja ou o que quer que seja em vocês com o que quer que seja do outro ou quem quer que seja.
Isto não é mais uma aniquilação, nem uma uniformização, é muito mais que isso mas, é claro, o ego vai se opor com veemência.
Eis o que eu tinha a exprimir hoje, como Melquisedeque do Ar, portador da Luz Azul.
Na minha última encarnação, eu falei e escrevi sobre o pássaro azul.
Aqueles que querem ler o que escrevi naquela época compreenderão, mesmo se eu não tivesse tido acesso, na íntegra, à Onda da Vida, visto que naquele momento, a Terra não estava, estritamente falando, Liberada.
Eu inscrevia então a descida do Supramental numa perspectiva futura.
Mas, a partir do momento em que se inscreveu essa descida do Supramental em uma perspectiva de futuro, não se está mais presente a si mesmo e, em algum lugar, encontra-se a si mesmo. Isto é assim e isto foi assim, para todos nós Anciões.
Seja qual for a mestria que tenhamos tido em nossa última vida (da Respiração, da Consciência, do Amor), nós fomos daí então chamados de Mestres.
Mas o que quer dizer ser um Mestre, para o Absoluto?
Absolutamente nada.
Se vocês entenderem a minha última frase, vocês compreenderão que não se pode estritamente nada dominar, nem ser Mestre do que quer que seja, porque a Onda de Vida e o Êxtase constituem a natureza de princípios, mesmo, de tudo, de absolutamente tudo.
Estas são as palavras que eu tinha para expressar.
Depois de mim intervirá o Arcanjo Anael que vai estar aí, eu diria , de alguma forma, primeiramente para responder às suas perguntas sobre o que acabo de enunciar.
Ainda uma vez, não se forcem, vocês não podem forçar a Onda da Vida, vocês não podem questioná-la, vocês podem interrogá-la, vocês só podem Ser, porque já está aí.
Eu vos peço que honrem a Graça, a Graça de sua Presença.
Aqui e em outros lugares, a Graça do que a Onda da Vida trouxe em mim, para exprimir aqui.
Irmãos e Irmãs em Amor e pelo Amor, para além de todo o contingente e de toda forma, eu lhes proponho o Azul.
Eu lhes digo até logo.
... Compartilhamento do Dom da Graça ...
Até logo.
Mensagem de Sri Aurobindo no site francês:
http://www.autresdimensions.com/article.php?produit=1392
24 de março de 2012
(Publicado em 26 de março de 2012)
Tradução para o português: Josiane Oliveira
http://minhamestria.blogspot.com/
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